Ribeirão Preto, 02/10/2018 - A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) defendeu uma ampla relação comercial com os Estados Unidos, após as críticas do presidente Donald Trump ao Brasil. Ontem, Trump afirmou que empresas americanas se queixam do Brasil como "um dos mais duros do mundo". Segundo ele, "nós não os chamamos e dizemos 'vocês estão tratando nossas empresas injustamente, tratando nosso país injustamente'".
"Acreditamos que, quanto mais relação comercial com os Estados Unidos, melhor", disse o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto. Apesar de ser o segundo maior mercado global para o suco brasileiro e de ter as duas maiores companhias globais do setor - Cutrale e Citrosuco - com operações nos Estados Unidos, a bebida brasileira paga US$ 415 dólares por tonelada de tarifa para entrar naquele mercado, o que encarece em cerca de 20% o produto.
"Nosso setor exporta suco de laranja e paga pesadas tarifas para entrar no mercado norte-americano, bem como importa máquinas e tecnologia e também paga caro por isso. Dessa forma, entendemos que sempre há espaço para melhores relações comerciais", completou Netto.
Etanol
Já a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) informou que não vai comentar as declarações de Trump. Há um ano, o Brasil iniciou a taxação em até 20% do etanol importado dos Estados Unidos para frear a entrada do biocombustível no País. Apesar das ameaças, os norte-americanos não adotaram medida semelhante e o etanol brasileiro segue sem tarifa para ser exportado aos Estados Unidos. (Gustavo Porto - gustavo.porto@estadao.com)
