Agronegócios
10/08/2022 08:43

Café: receita com exportação em julho cresce 40% ante Jul/21; volume cai 14,9%, estima Cecafé


São Paulo 10/08/2022 - As exportações brasileiras de café somaram 2,476 milhões de sacas de 60 quilos em julho, primeiro mês do ano safra 2022/23. O volume é 14,9% menor na comparação com as 2,909 milhões de sacas de igual mês de 2021, informou, ontem (9), o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). A receita foi de US$ 583,7 milhões, 40,3% superior à obtida no ano passado. No ano, a receita com os embarques atinge recorde de US$ 5,231 bilhões, o que equivale a um crescimento de 62,4% ante janeiro a julho de 2021. Já em volume, as exportações de café do Brasil somam 22,444 milhões de sacas, 5,9% abaixo dos sete meses do ano passado.

Sobre a queda no volume exportado em julho, o presidente da entidade, Günter Häusler, destaca a continuidade dos gargalos logísticos e a demanda aquecida da indústria nacional por robustas e conilons. "Os fabricantes brasileiros de café torrado e moído e de solúvel têm mantido forte demanda pelos canéforas em seus blends", afirma em nota.

Ainda conforme ele, a colheita está em "ritmo normal, mas o atraso ocorrido nos meses anteriores afetou de maneira leve a exportação". "Além disso, as fortes e recentes oscilações ocorridas nos preços, aliadas à continuidade da guerra e às incertezas relacionadas à macroeconomia global, têm reduzido a dinâmica da comercialização, fazendo com que os produtores analisem os melhores cenários para realizar as vendas", completa Häusler.

Sobre a receita, ele cita os elevados níveis dos preços internos e externos do produto, além da taxa de câmbio favorável. "Destaca-se, também, a competência dos profissionais de logística dos exportadores brasileiros, que, frente aos elevados custos de frete e menor disponibilidade de contêineres e espaço nos navios, encontram formas para o Brasil seguir honrando seus compromissos internacionais. No mês passado, por exemplo, houve mais uma exportação via break bulk (carga fracionada)."

Arábica - As exportações de café arábica somaram de janeiro a julho 19,299 milhões de sacas, ou 86,0% do total, segundo o Cecafé. Já os embarques de café solúvel totalizaram 2,181 milhões de sacas, ou 9,7%. Na sequência, vieram a variedade canéfora (robusta + conilon), com a exportação de 939.334 sacas (4,2%), e o produto torrado e torrado e moído, com 24.395 sacas (0,1%). Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou algum tipo de certificado de práticas sustentáveis, responderam por 17,4% das exportações totais brasileiras do produto de janeiro a julho de 2022, com 3,915 milhões de sacas, aumento de 1,2%. O preço médio desse produto foi de US$ 288,65 por saca, o que levou à receita de US$ 1,130 bilhão nos sete meses, o que corresponde a 21,6% do obtido com os embarques totais. "No comparativo anual, o valor é 67,1% maior do que o apurado em idêntico intervalo antecedente", disse o Cecafé em nota.

De janeiro ao fim de julho deste ano, os Estados Unidos lideraram o ranking das exportações nacionais de café. Os norte-americanos importaram 4,659 milhões de sacas, volume 2,9% superior aos 4,526 milhões comprados no mesmo intervalo de 2021 e que correspondeu a 20,8% dos embarques totais do Brasil em 2022. Conforme o Cecafé, a Alemanha, com 17,9% do total, importou 4,015 milhões de sacas (-4,1%). Depois vieram Bélgica, com 1,993 milhão de sacas (+17,5%); Itália, com 1,817 milhão (+8,0%); e Japão, com 991.898 sacas (-26,8%).
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