Agronegócios
10/11/2021 13:41

COP26/Leite: meta dos US$ 100 bi não foi cumprida e valor já não é mais suficiente


Por Célia Froufe

Brasília, 10/11/2021 - O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, voltou a fazer uma cobrança aos países ricos hoje na sessão plenária da Convenção do Clima em Glasgow (COP26). De acordo com ele, é importante que as nações desenvolvidas reconheçam a emergência financeira e mobilizem os recursos necessários para atingir os objetivos desejados na conferência.

“A meta dos US$ 100 bilhões não foi cumprida. E este valor já não é mais suficiente para que o mundo construa uma nova economia verde com uma transição responsável”, afirmou. De acordo com ele, são necessários volumes mais ambiciosos, de fácil acesso e execução ágil, para que a transformação ocorra de forma inclusiva em cada território ao redor do mundo, prioritariamente em regiões mais vulneráveis em relação a clima e desenvolvimento econômico.

Ontem, num evento paralelo do Brasil na COP26, o ministro citou o relatório de um banco, dizendo que seriam necessários cerca de US$ 5 trilhões para sanar o problema no mundo. No mesmo painel, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que os volumes não se tratam de “filantropia”, mas de uma compensação pelo fato de os países mais ricos terem se desenvolvido usando recursos naturais, uma visão que não existe mais no mundo atual.

Assim como disse ontem no evento brasileiro, Leite afirmou hoje na plenária da Convenção que os países que historicamente e atualmente são os responsáveis pelos maiores volumes de poluição da atmosfera devem demonstrar suas efetivas ambições de financiamento nesta conferência. De acordo com ele, não é mais possível que os países continuem a “postergar ainda mais um compromisso assumido em 2015 e até o momento não realizado em sua plenitude”. “Todas as partes desta conferência devem assumir suas responsabilidades comum, porém diferenciadas na direção de uma economia verde neutra em emissões”, afirmou.

O desafio global a ser superado, conforme Leite, é reverter a lógica negativa da punição, da sanção e da proibição, para a lógica positiva do incentivo, da inovação, da priorização. “É necessário transformar a agenda ambiental em oportunidade de crescimento econômico e geração de empregos verdes”, disse, acrescentando que, a partir de uma visão construtiva, será possível encontrar o caminho para criar o futuro sustentável.

Contato: celia.froufe@estadao.com
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast Agro e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso