Agronegócios
10/12/2020 10:40

Citros/PES/Fundecitrus: safra 2020/21 deve ficar em 269,36 mi de caixas (-30,36% ante 2019/20)


São Paulo, 10/12/2020 - A reestimativa da safra de laranja 2020/21 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro indica produção de 269,36 milhões de caixas de 40,8 kg. O resultado representa redução de 6,39% (18,40 milhões de caixas) em relação à estimativa inicial, conforme a Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) do Fundecitrus, divulgado hoje, e realizada com a cooperação da Markestrat, FEA-Ribeirão Preto (USP) e Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV/Unesp2).

Se essa nova projeção for confirmada no encerramento das colheitas, será a maior quebra de safra do cinturão citrícola desde 1988/89, quando a série histórica foi iniciada, com retração de 30,36% em comparação à temporada anterior. Da safra total, cerca de 19,35 milhões de caixas deverão ser produzidas no Triângulo Mineiro, informa o Fundecitrus, em comunicado.

O gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres, disse em nota que, "em função das condições climáticas extremamente adversas, com altas temperaturas, baixa precipitação e má distribuição das chuvas, esse é um dos anos mais difíceis que a citricultura já enfrentou”.

Conforme a entidade, a primeira reestimativa, feita em setembro, já mostrava queda em relação à projeção inicial, mas a chegada tardia das chuvas da primavera e o calor intenso frustraram de forma significativa a expectativa de produção. "Um cenário desfavorável para a ocorrência de chuvas era esperado em 2020 por causa da possibilidade de formação do evento climático La Niña, que foi confirmado oficialmente em setembro", comenta o Fundecitrus.

Os efeitos nos pomares decorrentes das condições climáticas adversas neste ano foram muito piores em relação aos observados no último La Niña, ocorrido entre novembro de 2017 e abril de 2018. Além da maior intensidade, outro fator que influenciou no agravamento dos danos foi o período em que o fenômeno entrou em atividade. Em 2017, quando o La Niña foi confirmado em novembro, cerca de 80% da produção já havia sido colhida, por isso, o principal dano foi na fixação dos frutos que estavam se formando da safra seguinte.

Neste ano, o La Niña chegou mais cedo, no início de setembro, quando a colheita havia alcançado apenas 30% da produção. À medida que esses fenômenos climáticos foram se intensificando, os volume de chuva foi diminuindo em relação à média histórica em todas as regiões do cinturão. De maio a agosto, as chuvas acumuladas estavam 14% abaixo da média histórica e chegaram ao índice negativo de 41% no acumulado de setembro a novembro. No período completo, de maio a novembro, a precipitação média no cinturão citrícola foi de 337 milímetros, cerca de 150 milímetros a menos que o normal para o período, volume 32% inferior à média histórica (1981-2010), de acordo com dados da Somar Meteorologia.
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