São Paulo, 14/05/2024 - A Autoridade Portuária de Santos (APS), companhia federal que faz a gestão do Porto de Santos, tem conversado com armadores, terminais e exportadores que atuam com café, para buscar soluções logísticas conjuntas e aprimorar o processo de exportação de mais de 70% de todo o grão produzido no Brasil que segue, por Santos, para 120 destinos no mundo. A informação é da Superintendência de Comunicação Corporativa da APS, em referência ao Boletim Detention Zero (DTZ), que mostrou que o índice de alteração de escalas e atrasos de navios com café no Porto de Santos ficou em 80% em abril, considerando 95 porta-contêineres que embarcam café pelo principal terminal exportador brasileiro.
Segundo a APS, outros portos do País que operam café também estão tratando do tema, já que o mesmo navio que embarca café em Santos o faz em outros portos brasileiros. "O problema afeta também os portos do Rio de Janeiro, Paranaguá, Salvador e Vitória", destacou.
Na avaliação da APS, "somente com o entrosamento de armadores, terminais e exportadores, e demais portos que escoam o café do Brasil, os atrasos registrados serão reduzidos. A saída do café para o mundo depende da chegada do grão aos portos, do agendamento dos navios e da rotina dos terminais, todos entes privados".
Conforme relato da autoridade portuária, o presidente da APS, Anderson Pomini, determinou ao diretor de Operações, Beto Mendes, a criação de uma comissão de trabalho depois de reunião com o diretor-técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Eduardo Heron. que destacou a necessidade de promover maior interação técnica entre todos os envolvidos no processo.
"A comissão já está ouvindo toda a cadeia logística do café, que sofre inúmeras interferências. Por exemplo, os armadores (donos dos navios) emitem um documento internacional chamado Estimated Time of Arrival (ETA - Tempo Estimado de Chegada), que, pelo próprio nome, reflete que a chegada do navio ao porto depende de condições climáticas e das rotinas nos outros portos que antecedem o destino final informado", explicou a APS.
Da mesma forma, continuou a APS, outras variáveis também interferem no transporte rodoviário e nas operações dos terminais. "Aprimorar este processo, entre os privados, é o que estamos buscando", afirmou Pomini.