Agronegócios
02/04/2019 12:01

Agrishow: não faltarão recursos para financiar setor de máquinas, diz presidente da feira


Ribeirão Preto, 2/4/2019 - Mesmo diante da incerteza sobre a liberação de R$ 3 bilhões extras para o Moderfrota na atual safra 2018/19, o presidente da Agrishow, Francisco Matturro, garante que não faltarão recursos para o financiamento de máquinas e implementos agrícolas durante a principal feira do agronegócio do Hemisfério Sul, entre 29 de abril e 3 de maio, em Ribeirão Preto (SP). Segundo ele, o setor está cada vez menos dependente do crédito oficial, como o liberado pelo Moderfrota para o financiamento de equipamentos agrícolas.

"O crédito oficial não é a única fonte de financiamento e hoje responde por cerca de um terço dos aportes para o setor. O restante vem de recursos próprios, de bancos privados, de tradings que fazem barter (troca de insumos pelo produto futuro)", disse. "Existem também os fundos constitucionais para produtores do Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Esses têm recursos disponíveis", completou, durante evento de apresentação Agrishow, na manhã de hoje, em Ribeirão Preso (SP), sede da feira.

Segundo Matturro, apesar de demandar, até junho, mais R$ 2,5 bilhões para o Moderfrota - cerca de R$ 500 milhões foram liberados por meio de remanejamento - o setor produtivo sofre com o custo financeiro e rejeita "a pecha" de que há subsídios. "A inflação está menor que 4%, a Selic em 6,5%, mas os juros do Moderfrota variam de 7,5% ao ano para pequenos a 9,5% para grandes produtores, mais 2,5% de taxa flat e spread. Não dá para falar que isso é crédito subsidiado", disse.

No mesmo evento, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Marchesan, ampliou as críticas. Ele defendeu a queda da Selic, "em pelo menos meio por cento" e considerou "um descalabro" o spread cobrado por bancos privados para repassar recursos do BNDES aos produtores. "Quando o agente financeiro repassa recursos do BNDES, 1,8% de spread. É um descalabro. Com meio por cento seria possível fazer toda administração e sobrariam recursos", afirmou Marchesan. (Gustavo Porto - gustavo.porto@estadao.com)
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