Por Augusto Decker
São Paulo, 16/11/2020 - Parte do recuo anual de 62,9% do lucro líquido e de 43,7% do lucro líquido ajustado da Cosan no terceiro trimestre de 2020 tem a ver com fatores específicos e que não geram, necessariamente, efeitos no caixa, de acordo com o gerente executivo de Relações com Investidores da companhia, Phillipe Casale. “Uma parte tem a ver com as ações que a empresa tem e que, quando oscilam para cima ou para baixo, marca-se o resultado”, disse ele em entrevista, na sexta-feira (13). “Portanto, quando as ações caem, há um efeito no lucro líquido, mas é totalmente contábil”, informou.
Ele lembrou também o impacto do câmbio, já que a empresa tem uma dívida perpétua (em que não é necessário pagar o principal), que não tem necessidade de hedge, mas cuja volatilidade cambial influencia o lucro.
Casale destacou o resultado do Ebitda, que “mostra mais a operação”. O Ebitda ajustado avançou 6,2% na comparação anual, para R$ 1,7 bilhão, enquanto o sem ajuste recuou 12,4%, para R$ 1,916 bilhão.
A chefe do escritório de Nova York, de ESG e de Relações com Investidores da companhia, Paula Kovarsky, afirma que, ao longo de sua trajetória, a empresa “consistentemente entregou crescimento de Ebitda, independentemente do cenário macroeconômico, dos desafios globais, políticos, entre outros”. A situação no segundo trimestre deste ano, segundo ela, saiu do controle não só da Cosan, mas de todas as companhias. Agora, porém, a empresa está voltando à entrega de resultados.
Kovarsky afirma que, neste terceiro trimestre de 2020, houve recuperação econômica na comparação com os três meses anteriores. Porém, ainda é difícil projetar cenários futuros, diz ela.
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