Agronegócios
02/12/2021 09:24

Moody's: desmatamento intensifica risco reputacional para companhias brasileiras em vários setores


São Paulo, 2/12/2021 - O desmatamento intensifica riscos reputacionais para companhias brasileiras em vários setores, afirma a agência Moody´s em relatório. Em 2020, os setores agrícola e de proteína, cujo crescimento tem sido apontado como a causa principal do desmatamento do bioma da Amazônia e do Cerrado nos últimos 20 anos, representaram 26,6% do PIB do Brasil e metade das exportações do país.

"O desmatamento e os riscos relacionados ao clima podem rapidamente se tornar significativos para a qualidade de crédito se o escrutínio regulatório e da sociedade se intensificar", afirma a vice-presidente sênior da Moody's, Barbara Mattos. Embora nem sempre sejam imediatamente relevantes para a qualidade do crédito corporativo, esses perigos incluem riscos reputacionais e redução de receita por causa de boicotes e embargos, acrescenta.

A Moody's destaca que o Brasil, que tem 59% do território coberto por florestas naturais e plantadas, é um dos maiores exportadores de produtos agrícolas do mundo e tem uma economia muito dependente de commodities.

Segundo a agência, tendo em vista a natureza interligada dos sistemas climáticos globais, o desmatamento no Brasil tem implicações significativas para o equilíbrio global de gás carbônico (CO2) na atmosfera. “Diante do comprometimento de governos e investidores com mais ações para acabar com o desmatamento, o questionamento sobre os danos ambientais causados provavelmente aumentará e pode resultar em riscos reputacionais”, aponta a Moody's.

Os produtores de proteína no Brasil enfrentam uma crescente indagação de partes interessadas sobre as ligações da pecuária com o desmatamento na Amazônia e no Cerrado. Para contornar a situação, diz a Moody's, as companhias têm adotado uma série de medidas, que incluem o monitoramento dos fornecedores de gado criado em áreas ambientalmente ameaçadas e o bloqueio de fornecedores que não cumprem os critérios de sustentabilidade.

O governo, por sua vez, promove o etanol e o biodiesel por meio de créditos de carbono comercializáveis livres de desmatamento que contam para os mandatos anuais de compensação de carbono dos produtores de combustível. Já as companhias produtoras de papel e celulose do País, com rating atribuído pela Moody's, usam matéria-prima de florestas afastadas dos biomas da Amazônia e do Cerrado.
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