Agronegócios
17/07/2017 10:02

FGV/Picchetti: apesar de aceleração do IPC-S, índice de difusão cai para 47,94%, de 48,24%


São Paulo, 17/07/2017 - A aceleração do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) da primeira para segunda quadrissemana de julho (-0,18% para -0,05%) foi concentrada na taxa mais pressionada da tarifa de eletricidade residencial (-3,98% para -0,72%), segundo o coordenador do índice Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. Isso é percebido ao analisar o índice de difusão, que mostra o quão disseminada é a alta e continuou caindo, de 48,24% para 47,94%.

Dessa maneira, o índice de difusão ficou abaixo de 50% pela segunda semana consecutiva, algo que não acontecia desde setembro de 2009, quando marcou 49,27% e 48,69%.

"Em geral, é um número que não fica abaixo de 50%. Nos últimos anos, ficou oscilando entre 60% e 70%. Esse resultado indica que a alta é concentrada em energia elétrica. Além disso, quando passar o impacto de elevação de energia por causa, principalmente, da adoção da bandeira amarela, e com o preço da alimentação mais próximo da estabilidade - maiores impactos atuais no IPC-S - teremos uma leitura mais representativa do comportamento efetivo dos preços", afirma.

Para o final de julho, Picchetti manteve sua projeção de alta de 0,25% do IPC-S, já que energia e Alimentação mostram estar seguindo a trajetória projetada.

Alimentação manteve a mesma taxa na segunda quadrissemana de julho que a registrada na leitura anterior, de queda de 0,44%. Mas Picchetti avalia que o grupo deve acelerar até o fim do mês, ficando mais próximo de zero, embora tenha chance de terminar ainda no campo negativo.

"Há variações fortes para cima e para baixo em Alimentação. Não está claro que teremos um dos lados dominando. Como temos deflação forte atualmente, se esses lados se anularem, a queda no grupo pode se manter", explica.

Dentre os destaques de alta em Alimentação, ele cita o tomate (-12,98% para -0,43%) e a cebola (-4,34% para 3,46%). "Na ponta (pesquisas mais recentes), os dois já sobem mais de 20%. Talvez não cheguem a essa taxa, mas terão aumentos expressivos", diz.

Por outro lado, diz, feijão carioca (19,37% para 8,81%) e batata inglesa (-10,74% para -23,88%) atuam pressionando para baixo e devem continuar desacelerando nas próximas leituras. Segundo ele, na ponta, o feijão carioca cai mais de 6% e a batata inglesa tem recuo maior que 40%. (Thaís Barcellos - thais.barcellos@estadao.com)
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