Chicago, 10/10/2017 - Os futuros de soja, milho e trigo devem abrir a sessão com sinais distintos, nesta terça-feira, na Bolsa de Chicago (CBOT), enquanto aguardam a divulgação do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que sairá na quinta-feira (12). Até lá, investidores ajustam posições, monitoram o clima no Brasil e especulam sobre o andamento da colheita norte-americana.
Na soja, até o momento, analistas consultados pelo The Wall Street Journal acreditam que o USDA elevará sua estimativa de produção doméstica em 2017/18 de 4,431 bilhões para 4,439 bilhões de bushels (120,6 milhões para 120,8 milhões de toneladas). A INTL FCStone acredita que o departamento vai manter sua projeção de produtividade no país em 49,9 bushels/acre, a mesma informada no relatório passado. O foco principal tende a ser o nível de estoques, possivelmente reduzido de 475 milhões para 453 milhões de bushels (12,9 milhões para 12,3 milhões de toneladas), item que pode ser o motor de eventuais altas durante a sessão.
Há pouco, exportadores privados relataram ao USDA vendas de 131 mil toneladas de soja para a China, com entrega prevista para o ano comercial 2017/18, iniciado em 1º de setembro. O país asiático permaneceu fora do mercado na última semana em função de um feriado local e o movimento de compras desta semana deve colaborar para o direcionamento dos preços em Chicago.
Para o milho, traders também ajustam posições para aguardar a divulgação do USDA, cuja estimativa de especialistas ouvidos pelo The Wall Street Journal é de redução tanto na produtividade, quanto nos estoques finais do cereal em 2017/18. A fraqueza nas negociações do trigo pode pressionar a cotação do milho, considerando que ambos concorrem de maneira direta na alimentação animal. No entanto, o andamento do mercado de petróleo pode fortalecer os negócios com milho, dando maior competitividade ao etanol produzido com o cereal.
Já para o trigo, as cotações continuam sem uma tendência definida e podem oscilar entre ganhos e perdas ao longo da sessão. O cereal ainda registra correção para um nível de preço aceitável para os compradores, pois acima de US$ 4,40 o bushel é considerado alto para o mercado. Em contrapartida, problemas entre os fornecedores podem impulsionar as cotações.
No overnight, a soja para novembro ganhou 5,50 cents (0,57%) em US$ 9,7225 por bushel. O milho para dezembro subiu 0,50 cents (0,14%), a US$ 3,5000 por bushel, enquanto igual vencimento do trigo recuou 0,75 cents (0,17%), a US$ 4,43525 por bushel. (Nayara Figueiredo - nayara.figueiredo@estadao.com; com Dow Jones Newswires)
