Por Gabriela Brumatti
São Paulo, 23/02/2022 - Em comentário diário enviado a clientes, o banco alemão Commerzbank afirma que as cotações dos grãos na Bolsa de Chicago (CBOT, na sigla em inglês) mantêm a tendência de alta e atingem o maior patamar em meses. O conflito Rússia-Ucrânia e as safras sul-americanas continuam como os principais fatores altistas no radar, segundo analistas.
Ontem, o trigo dos Estados Unidos subiu cerca de 6% para atingir 854 centavos de dólar por bushel, colocando-o em maior nível em três meses. “É provável que o fato de a CBOT ter fechado por um feriado na segunda-feira (21) tenha um papel nisso, já que esse dia ainda precisava ser incorporado", destaca o analista de commodities Carsten Fritsch. Ele ressalta, porém, que as razões para a alta ainda permanecem fortemente atreladas ao conflito Rússia-Ucrânia e o receio de interrupções no fornecimento do cereal.
Impulsionado pelo trigo, o milho atingiu ontem seu nível mais alto em quase nove meses. O banco alemão destaca que, além de as commodities estabelecerem concorrência na produção de ração animal, a Ucrânia também é um importante exportador de milho e as preocupações com interrupções no fornecimento, como resultado do conflito, também podem ter relação com a alta do grão. O Ministério da Agricultura da Ucrânia espera que as exportações de milho totalizem 33,8 milhões de toneladas neste ano-safra. Até agora, foram exportadas 18,7 milhões de toneladas.
O preço da soja também mantém ganhos consideráveis. Esta manhã, as cotações atingiram o nível mais alto desde maio de 2021. “A soja subiu mais de 20% no preço desde o início do ano. As grandes interrupções de safra na América do Sul devido à seca continuam sendo o fator determinante, pois isso provavelmente aumentará a demanda por soja dos EUA”, afirmou o Commerzbank.
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