Por Isadora Duarte
São Paulo, 27/06/2022 - O produtor rural brasileiro teve seu poder de compra de fertilizantes reduzido em maio na comparação com igual mês do ano passado, segundo levantamento da Mosaic Fertilizantes. A companhia calcula a relação entre fertilizantes e commodities agrícolas por meio do Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF), que mensura os preços dos adubos e das commodities em dólar. Em maio, o IPCF ficou em 1,75, ante 0,82 de maio de 2021, números que mostram que os adubos estão menos acessíveis para os produtores. O valor de maio foi o maior para o mês observado desde 2019, segundo os dados da Mosaic.
Na comparação com o mês anterior, o indicador recuou ante o 1,87 medido em abril, pressionado pelo recuo do preço médio dos fertilizantes, segundo a Mosaic. "Os resultados são favoráveis para a compra dos insumos pelos produtores rurais, apesar de ainda existirem incertezas de abastecimento devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia, sanções aplicadas a Belarus e restrições de fornecimento de fertilizante chinês", diz a Mosaic.
ÍNDICE DE FERTILIZANTES EM MARÇO |
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MAIO/22 |
MAIO/21 |
MÊS ANTERIOR |
MÉDIA 2021 |
MÉDIA 2020 |
MÉDIA 2019 |
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IPCF geral |
1,75 |
0,82 |
1,87 |
1,12 |
0,83 |
1,13 |
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Observação: quanto menor o IPCF, maior é o poder de compra de fertilizantes
Fonte: Mosaic
Além da redução do preço dos adubos, a Mosaic destacou que o câmbio, outro fator considerado na composição do índice, subiu 4,12% no período, o que contribuiu para a redução do índice, segundo a Mosaic. Por outro lado, as incertezas de mercado permanecem. "O ambiente geopolítico segue incerto, causando preocupação em toda a cadeia, não só nos preços dos fertilizantes, mas também nas matérias-primas que compõem os mesmos", ressaltou a fabricante.
Metodologia - O IPCF é divulgado mensalmente pela Mosaic e consiste na relação entre indicadores de preços de fertilizantes (fosfato monoamônico, superfosfato simples, ureia e cloreto de potássio) e de commodities agrícolas. Conforme a empresa, o cálculo do IPCF considera as principais culturas brasileiras: soja, milho, açúcar, etanol e algodão. O índice também é ponderado pela variação do câmbio no período analisado.
Contato: isadora.duarte@estadao.com