Agronegócios
21/09/2018 10:29

CBOT: soja e trigo tendem a abrir em queda; milho deve abrir em alta


São Paulo, 21/09/2018 - Os contratos futuros de grãos devem começar o pregão operando em direções distintas nesta sexta-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). Traders monitoram o progresso nas negociações dos Estados Unidos (EUA) com a China e o Canadá, que pode acentuar o comércio de grãos entre os países.

A soja deve abrir em queda, pressionada pelo avanço da colheita local e pelos conflitos comerciais entre Estados Unidos (EUA) e China. Fundos e especuladores aguardam novos fatos sobre as tarifas comerciais para importação adotadas pelas potências. Ontem, o USDA relatou cancelamento de embarque de 4 mil toneladas da commodity para a China, na semana encerrada em 13 de setembro. Os preços mais competitivos da oleaginosa dos EUA, no entanto, estão atraindo compradores de outros países e ajudando a compensar parcialmente a queda da demanda chinesa. Apesar da sobretaxa de 25% sobre a soja norte-americana, imposta desde julho pelo governo chinês, dados divulgados ontem (20) pela Comissão Europeia indicam que produtores norte-americanos estão conseguindo redirecionar o produto. Segundo a entidade 52% de soja importada pelos países europeus advém dos EUA. Em apenas um ano, as importações da soja americana aumentaram em 133% por parte dos europeus. No total, os produtores dos EUA exportaram 1,4 milhão de toneladas no período dos três meses avaliado por Bruxelas.

O milho deve abrir em alta, puxado pelos avanços no petróleo e pela demanda externa aquecida pelo cereal norte-americano. O combustível continua acumulando ganhos, o que estimula a competitividade do etanol, que nos EUA é feito, principalmente, à base de milho. O movimento altista das cotações é também puxado pela demanda externa aquecida pelo cereal norte-americano. Há pouco, o USDA informou que exportadores relataram vendas de 121,7 mil toneladas de milho para destinos não revelados, com entrega prevista para o ano comercial 2018/19. Ontem, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) relatou vendas de 160,020 mil toneladas para o México, com entrega prevista para o ano comercial 2018/19. Além disso, em relatório semanal, o USDA informou que os exportadores do país venderam 1,383 milhão de toneladas de milho da safra 2018/19, na semana encerrada em 13 de setembro. Para a safra 2019/20, foram vendidas 9.700 toneladas. A soma das duas safras ficou acima do esperado por analistas do setor.

Investidores monitoram as negociações dos EUA com o Canadá no Nafta. Especialistas avaliam que qualquer progresso nessa relação comercial poderia sustentar uma alta nos preços do cereal, sinalizando incremento na demanda externa pelo milho norte-americano.

Em direção oposta, o trigo deve abrir em queda, pressionado por estimativas de baixa demanda pelo cereal local. Enquanto alguns especialistas consideram que o clima desfavorável em países como Austrália e Rússia poderia dar aos EUA mais oportunidades de exportação do cereal, os dados semanais de vendas externas do Departamento de Agricultura do país (USDA) não mostram aumentos significativos na demanda externa por trigo dos EUA, diz Rich Nelson, analista da consultoria Allendale. Ontem, a agência estatal de grãos do Egito, conhecida como Gasc relatou compra de 475 mil toneladas do cereal em duas licitações. Entre as 18 ofertas recebidas, não havia nenhuma proposta de trigo norte-americano.

No overnight, o vencimento novembro da soja caiu 7,00 cents (0,82%), a US$ 8,4325 por bushel. O milho para dezembro subiu 1,25 cents (0,35%), a US$ 3,5375 por bushel, enquanto igual vencimento do trigo perdeu 3 cents (0,57%), a US$ 5,2100 por bushel. (Isadora Duarte, isadora.duarte@estadao.com, com informações da Dow Jones Newswires)
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