São Paulo, 28/09/2018 - Os contratos futuros de grãos devem começar o pregão operando em direções distintas nesta sexta-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). Traders devem orientar as negociações baseados no relatório trimestral de estoques de grãos dos Estados Unidos (EUA).
A soja deve abrir em queda, pressionada pela expectativa de aumento no volume estocado por causa da guerra comercial, que reduziu a demanda chinesa por soja dos EUA. O país asiático, maior importador mundial do grão, costumava comprar cerca de um terço da safra dos EUA para alimentar seu enorme plantel de suínos. Ontem, no relatório semanal de exportações de grãos, o USDA informou cancelamentos de 64 mil toneladas de soja que seriam embarcadas para a China, na semana encerrada em 20 de setembro. De acordo com analistas consultados pelo The Wall Street Journal, os estoques domésticos de soja em 1º de setembro devem ser estimados em 10,72 milhões de toneladas, em comparação com 8,22 milhões de toneladas um ano antes. Alguns participantes, no entanto, acreditam que o número de estoques pode vir abaixo da expectativa, já que os preços mais baixos da soja dos EUA estão atraindo compradores de outros países.
Ontem, durante o Global Food Forum, promovido pelo The Wall Street Journal, o secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, disse que a disputa comercial entre EUA e China vai reduzir a área plantada em 2019/20. No ano que vem, parte da área de soja deve migrar para milho, beterraba e outras culturas, a menos que os preços da oleaginosa se recuperem, disse Perdue.
Já o milho deve abrir em alta, puxado pelos ganhos no petróleo e pela forte demanda externa pelo cereal norte-americano. Com o alto volume de exportações do grão, analistas acreditam que as reservas domésticas de milho em 1º de setembro vão ser estimadas em 50,8 milhões de toneladas, ante 58,2 milhões de toneladas em igual data do ano passado. As altas do petróleo acentuam a competitividade do etanol norte-americano. No país, o biocombustível é fabricado principalmente com o milho e a indústria local consome cerca de um terço da safra doméstica.
Em direção oposta, o trigo deve abrir em queda. Analistas acreditam que as reservas domésticas de trigo em 1º de setembro vão ser estimadas em 2,3 milhões de bushels, ante 2,26 milhões de bushels em igual data do ano passado. Traders acompanham também as estimativas de produção de trigo no país na safra 2018/19, que serão divulgadas hoje pelo USDA. As estimativas do mercado preveem uma safra de 1,871 milhão de bushels, ante 1,741 milhão de bushels na temporada passada.
No overnight, o vencimento novembro da soja caiu 2,75 cents (0,32%), a US$ 8,5225 por bushel. O milho para dezembro subiu 0,50 cents (0,14%), a US$ 3,6525 por bushel, enquanto igual vencimento do trigo caiu 0,50 cents (0,10%), a US$ 5,1250 por bushel. (Isadora Duarte, isadora.duarte@estadao.com, com informações da Dow Jones Newswires)
