Agronegócios
04/03/2021 09:36

Crédito rural: Fiagros podem dar liquidez a CRAs e captar até R$ 10 bi no primeiro ano, diz executivo


Por Clarice Couto

São Paulo, 04/03/2021 - Os Fundos de Investimentos do Agronegócio (FIAgro), objeto do Projeto de Lei (5191/2020) aprovado na noite de terça-feira (2) no Senado, poderão trazer maior liquidez aos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), na avaliação do CEO da Mark 2 Market, empresa de gestão de risco, Rodrigo Amato. O movimento, explica Amato, seria semelhante ao que ocorreu com os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs), cuja estrutura serviu de base para o PL do FIAgro e que beneficiaram o mercado de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). ]

Como os Fiagro, assim como os FIIs, devem ter cotas negociadas na B3 e serão geridos por profissionais do mercado, a tendência é de que atraiam mais investidores pessoa física, pela segurança na gestão e pela possibilidade de vendar as cotas, o que não ocorre em investimentos diretos em CRAs ou Cris. Pelo PL aprovado ontem no Senado, fundos nos moldes do Fiagro poderão aplicar recursos em diversos ativos, como títulos de crédito do agronegócio, entre os quais CRAs, participações em empresas, terras agrícolas, dentre outros. O texto aguarda sanção presidencial.

"O volume de recursos dos fundos imobiliários nos últimos três anos saiu de R$ 40 bilhões para R$ 105 bilhões. Esses fundos compraram cada vez mais CRI, dando liquidez para pessoas físicas irem para a bolsa, e a tendência é que os CRAs sigam essa onda", comentou Amato. "A tendência é que o Fiagro comece a dar mais liquidez para os CRAs", acrescentou. A estruturação de Fiagros com aportes em CRA também pode levar reguladores, securitizadoras e distribuidores de CRAs a tornarem o processo de emissão do título mais ágil, diz ele. "Hoje demora de dois a três meses (uma emissão de CRA), por causa da burocracia", acrescentou.

Para Amato, é viável considerar que os Fiagros movimentem entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões no primeiro ano de operação. Ele lembra que, após a sanção presidencial, ainda será necessário que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) faça a normatização, ou seja, detalhar todos as regras relacionadas ao fundo.

Contato: clarice.couto@estadao.com
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