Agronegócios
04/10/2021 10:48

Trigo: CTNBio deve decidir sobre liberação comercial de transgênico no Brasil nesta semana


Por Isadora Duarte

São Paulo, 04/10/2021 - A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) voltará a discutir a liberação comercial de trigo transgênico no Brasil para consumo humano e animal. O assunto está na pauta da sua 245ª reunião ordinária do colegiado, que será realizada na próxima quinta-feira (7). A expectativa é de que a Comissão dê seu veredicto final sobre o assunto no próximo encontro do colegiado. No início de setembro, em uma live para informe das deliberações da reunião mensal, o presidente da entidade, Paulo Barroso, disse que a empresa responsável pelo pedido enviou as respostas solicitadas e os relatores estavam trabalhando no parecer para ser apresentado em outubro.

Em 10 de junho, a Comissão solicitou informações adicionais ao requerente, a empresa de sementes Tropical Melhoramento & Genética (TMG), para prosseguir com as análises sobre eventual liberação. A comissão não detalha quais informações e dados solicitou à empresa. O processo confidencial que tramita na CTNBio avalia a permissão da comercialização do trigo geneticamente modificado para "aumento de produtividade em situações e ambientes de baixa disponibilidade hídrica e resistente ao (herbicida) glufosinato, para uso exclusivo em alimentos, rações ou produtos derivados ou processados".

O pedido para importação e comercialização de trigo transgênico no País foi protocolado pela TMG junto à CTNBio em processo em 28 de março de 2019. A TMG representa a argentina de biotecnologia Bioceres, detentora do cultivar, neste processo por meio de parceria, já que a empresa passou a atuar este ano no País. Ao longo da última semana, circularam rumores no mercado de que o pedido havia sido retirado pelas empresas. Em nota enviada ao Broadcast Agro, as companhias disseram que o "processo caminha normalmente na CTNBio".

A variedade do cereal geneticamente modificado avaliada pela comissão é a HB4, aprovada para cultivo na Argentina em outubro do ano passado - país de onde os moinhos brasileiros adquirem cerca de 85% do cereal que importam. A indústria nacional moageira e a de derivados de trigo são contrárias à comercialização e importação da farinha e do cereal transgênico no País. A CTNBio, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é o órgão responsável no governo federal por questões relacionadas à biossegurança de organismos geneticamente modificados.

Contrárias - A possível aprovação do trigo transgênico não é bem recebida pela indústria de derivados de trigo. Tanto a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), que representa a indústria moageira, quanto a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi), e a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abipjá se manifestaram contrárias ao uso do trigo geneticamente modificado e da farinha dele proveniente, e afirmam que não apoiam a comercialização do cereal transgênico no País. Em coletiva de imprensa realizada na última segunda-feira, representantes destas associações afirmaram que a indústria não vai adquirir cereal geneticamente modificado (OGM) da Argentina, caso a comercialização no País seja liberada pela CTNBio.

Contato: isadora.duarte@estadao.com
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