Por Aramis Merki II
São Paulo, 28/10/2021 - O brasileiro continua sem "se pagar" com antecedência e guarda dinheiro para projetos futuros ou investir somente quando sobra algum no fim do mês. É o que mostra uma pesquisa inédita contratada pela Sul América e realizada pela FSB Pesquisa com mais de 2 mil brasileiros. Alguns dados mostram ainda que a saúde financeira do brasileiro ficou ainda pior com a pandemia de covid-19.
Guardar dinheiro se sobrar
Dos entrevistados, 43% poupam mas somente depois de pagar todas as contas do mês. Separar o dinheiro com antecedência para fazer investimentos ou aportar em algum projeto de médio ou longo prazo é uma realidade para poucos no País. Investir? Algo para um número ainda menor de pessoas. Veja os números.
Segundo a pesquisa, apenas 16% afirmam que reservam uma parte assim que recebem o salário. Neste grupo, a Geração Z (nascidos a partir de 2000) se destaca. Os mais jovens também são os que mais deixam de consumir (em restaurante, cinema, festas) para economizar alguma quantia.
Os que conseguem poupar dinheiro sempre ou frequentemente são 21%, enquanto 44% dos brasileiros economizam raramente ou nunca. Dentre os que poupam, 36% tem a finalidade de juntar uma reserva de emergência. O segundo motivo para a poupança é investir (7%), aponta o levantamento. Entre outros objetivos citados estão viajar (6%), pagar contas (6%) e comprar imóvel (5%).
São 29% os que respondem que a poupança ou parte dela tenha como objetivo secundário financiar a futura aposentadoria.
Saúde financeira piora na pandemia
Há um ano e nove meses convivendo com a crise sanitária global causada pelo coronavírus, muitos brasileiros estão mais preocupados com a saúde financeira do que o bem-estar físico e mental. A pesquisa revela que 4 em cada 10 brasileiros estão mais preocupados com as finanças pessoais do que com o corpo ou a mente.
De cada 10 brasileiros, seis tiveram que reduzir gastos durante a pandemia - 66% cortaram despesas de casa e 57% diminuíram gastos com transporte.
O levantamento mostra que 67% dos entrevistados dizem que pensam muito antes de gastar, 48% dizem saber quando devem procurar orientação financeira e cerca de metade dos brasileiros planeja seu futuro relativo ao dinheiro.
A crença de que em até um ano a situação de vida retornará ao patamar pré-covid está presente em 46% dos entrevistados. Os planos de comprar ou reformar o imóvel, porém, foram deixados de lado por 56% da população.
Endividamento
A pesquisa mostra que a Geração X, grupo de pessoas com 40 a 60 anos, é a mais endividada: 42% dos adultos pegaram empréstimo ou contraíram alguma dívida no último ano. Na amostragem total, foram 36%, e destes, 54% disse estar com o pagamento atrasado em alguma dessas dívidas.
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