São Paulo, 30/08/2018 - O ciclo de alta de juros promovido pelo banco central dos Estados Unidos, o FED, deverá ser mais rápido do que o precificado hoje pelo mercado, disse o diretor e economista da SPX Capital, Beny Parnes, em apresentação no Simpósio Gestores, organizado pelo Santander Asset. Segundo ele, a inflação ainda segue baixa no país norte-americano porque o custo de trabalho “segue relativamente sob controle”.
Parnes disse que a economia dos Estados Unidos hoje demonstra que haverá crescimento do déficit no País, o que implicará em um aumento da absorção de títulos do Tesouro pelo setor privado. Os países emergentes mais vulneráveis, disse, sofrerão ainda mais com esse cenário.
Em relação ao Brasil, destacou, "o País está neste momento sentado sobre uma falha geológica fiscal e aguardando para sofrer um terremoto". Segundo ele, contudo, apesar de não ser benigno é possível sair desse cenário, mas não é possível errar, disse. “É preciso bom manejo político e reformista e capacidade administrativa. Hoje, o (candidato à presidência) que tem essas condições, não tem voto. Mas não é possível prever o futuro”, afirmou.
A aposta da gestora é de um segundo turno entre o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, e do PT, Fernando Haddad, retrato passível de mudanças. Caso o candidato petista saia vencedor do pleito, Parnes considera que a desconfiança do mercado será imensa e que Haddad terá, assim, “uma trajetória dificílima”. Já Bolsonaro, frisou, seria um nome de “alto risco e alto retorno”. Geraldo Alckmin (PSDB) teria condições de propor reformas fiscais, caso eleito, mas seu nome esbarra na baixa intenção de votos. (Fernanda Guimarães - Fernanda.guimaraes@estadao.com)
