Retransmitimos nota publicada ontem às 20h33
Por Denise Luna
Rio, 27/04/2022 - Em meio a um programa de desinvestimentos de refinarias frustrado, e de preços exorbitantes do petróleo, a Petrobras informou hoje ao mercado que teve no primeiro trimestre do ano uma performance operacional sólida, com aumento de 3,4% na produção total de petróleo e gás natural em relação ao quarto trimestre de 2021, atingindo 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia.
A empresa registrou novo recorde na produção do pré-sal, que de janeiro a março representou 75% da carga enviada para processamento, e aumentou, na última semana de março, o fator de utilização das refinarias para 91%, contra a média de 87% registrada no primeiro trimestre de 2022.
Impacto - A venda da refinaria Landulpho Alves (Rlam) no final do ano passado, com capacidade para processar 300 mil barris por dia de petróleo, foi apontada pela companhia como um dos fatores que reduziram a produção e a venda de combustíveis, principalmente diesel e gasolina. A empresa ainda precisa vender sete refinarias, por um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que deve reduzir ainda mais a produção.
Esforço - No relatório, a Petrobras afirma que está investindo nas refinarias que ficarão com a empresa para compensar essa queda. O volume da venda de derivados caiu 8,8% no primeiro trimestre deste ano contra o quarto trimestre do ano passado.
Energia - O fim da crise hídrica também reduziu as vendas da empresa no setor de energia, que dificilmente ficarão este ano acima de 2021, já que os reservatórios das hidrelétricas estão em níveis elevados e não há previsão de escassez hídrica. A geração de energia elétrica pela empresa caiu 50% em relação ao último trimestre do ano passado e 38,4% na comparação com o primeiro trimestre de 2021, enquanto a oferta de gás natural para o mercado interno foi reduzido em 35 milhões de metros cúbicos por dia, queda de 15,9% e 14%, na mesma comparação.
Caixa - Com previsão de divulgar o resultado financeiro do primeiro trimestre em 5 de maio, a Petrobras deve repetir os bons números do ano passado, levando em conta o aumento de produção e o aumento de 2% das vendas no período. De janeiro a março, o petróleo valorizou 18,3%, seguido pelos derivados no mercado internacional.
Desafio - O maior desafio da companhia, no entanto, será manter os preços alinhados ao mercado internacional, como determina a sua política de preços e paridade de importação (PPI), duramente criticada pelo presidente Jair Bolsonaro. O novo presidente, José Mauro Coelho, o terceiro em menos de quatro anos de governo, já enfrenta uma defasagem de 25% no caso do diesel e de 8% na gasolina.
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