Por Júlia Pestana
São Paulo, 15/02/2023 - O Brasil registrou, em janeiro de 2023, um déficit na balança comercial de produtos químicos de US$ 4,2 bilhões, acumulando o valor de US$ 63,4 bilhões nos últimos doze meses, (fevereiro de 2022 a janeiro de 2023), respectivamente novos recordes para tais períodos. Os números fazem referência à coleta de dados feita pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) desde 1989.
Para a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Ferreira, 2023 deverá ser um ano decisivo para o setor, de formatação de uma Política de Estado, de reindustrialização e de competitividade, ligada a uma interlocução com os setores produtivos.
“O Brasil possui uma janela importante de oportunidades para se reindustrializar com suas vantagens comparativas. Contudo, elas somente se tornarão vantagens competitivas caso haja previsibilidade regulatória e fortalecimento de uma agenda robusta de competitividade" destaca Fátima Giovanna.
O déficit é resultado de US$ 5,4 bilhões de importações pelo País em janeiro de 2023, o que representa uma redução de 2,2% na comparação com o mês anterior, mas uma alta de 7,7% em relação ao mesmo mês no ano passado. Em termos de volumes importados, após atingir o teto de 6 milhões de toneladas em agosto de 2022, os resultados seguem recuando mensalmente e, em janeiro de 2022, não superaram 4 milhões de toneladas.
Na contramão da redução dos volumes importados, as importações de resinas termoplásticas registraram um aumento de 25,6% na comparação com julho do ano passado. A comparação leva em conta o mês anterior ao início da adoção de uma política de redução tarifária, que segundo a Abiquim, foi adotada "em um contexto internacional complexo e em momento econômico extremamente inoportuno" e que estimulou esse aumento.
Já as exportações, de US$ 1,2 bilhão, demonstraram estabilidade (-0,3%) quando comparadas com janeiro de 2022. No primeiro mês de 2023, o volume de cerca de 1,2 milhão de toneladas sinaliza um aumento de 4% em relação a janeiro de 2022 e de 9,9% na comparação com dezembro passado, mas significativos recuos nos volumes vendidos ao exterior de produtos químicos de orgânicos (-14,3%) e de resinas termoplásticas (-14,2%).
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