Economia & Mercados
19/05/2020 14:44

B3: Jovens, pessoas físicas que investem na Bolsa já acumulam recursos de quase R$ 260 bi


Por Beth Moreira

São Paulo, 19/05/2020 - Jovens, com carteiras diversificadas e com investimentos iniciais mais baixos. Esse é o perfil das pessoas físicas que investem em Bolsa, segundo estudo elaborado pela B3. Já são mais de 2 milhões de CPFs com predominância nas regiões Sudeste, Sul e Distrito Federal. Os recursos acumulados por esse tipo de investidor cresceram 30% desde março de 2017 para quase R$ 260 bilhões. Com carteiras diversificadas, esse segmento tem mostrado ainda visão de longo prazo, segundo o estudo, mantendo posições mesmo no auge da volatilidade dos mercados.

"Observando a evolução do comportamento desse investidor ao longo do tempo, é possível notar que a partir de 2019 houve uma queda no valor médio investido pelas pessoas físicas, mostrando uma democratização do mercado de capitais", destaca a B3.

Em 2011, 44% das pessoas físicas tinham carteiras com até R$ 10 mil de saldo. Em março de 2020, esse porcentual já havia subido 10 pontos porcentuais, representando 54% do universo total de CPFs que têm recursos na B3. Outro dado que chama a atenção: dos 223 mil investidores que entraram na renda variável em março de 2020, 30% fez o primeiro investimento com menos de R$ 500.

“Há dois anos temos acompanhado a entrada constante da pessoa física na renda variável, e estamos desmistificando a história de que as pessoas precisam de muito dinheiro para investir. As pessoas físicas estão cada dia mais na renda variável e os valores investidos não são altos”, ressalta em nota o diretor de Relacionamento com Clientes da B3, Felipe Paiva.

Para o diretor de Inteligência de Mercado da B3, Tarcísio Morelli, trazer a pessoa física para a bolsa contribui para que o mercado de capitais brasileiro seja mais forte e resiliente. "O trabalho conjunto que vem sendo feito pela B3 e pelos agentes de mercado indicam que estamos dando passos importantes”, avalia.

A faixa etária de 25 a 39 anos teve uma evolução de 21 pontos porcentuais de 2017 para cá. A faixa que antes representava 28% de todas as pessoas físicas, hoje representa 49%. “Ainda é muito cedo para concluirmos que esse movimento será contínuo, mas, de qualquer forma, traz um quadro positivo e sinais de que talvez estejamos tendo uma mudança geracional quando falamos de investimentos no Brasil”, avalia Paiva.

Em 2011, 44% das pessoas físicas tinham carteiras com até R$ 10 mil de saldo. Em março de 2020, esse porcentual representava 54% do universo total de CPFs que têm recursos na B3. O levantamento mostra ainda que dos 223 mil investidores que entraram na renda variável em março de 2020, 30% fizeram o primeiro investimento com menos de R$ 500.

Diversificação

Ao longo do tempo, os investidores também descobriram novos produtos como os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e os Exchange-Traded Fund (ETFs). Em 2016, havia uma base de investidores bastante concentrada em ações, já em março de 2020 quase metade da base (46%) passa a ter posição em mais de um produto de renda variável.

A B3 afirma ainda que as pessoas estão investindo em mais empresas, diversificando seus portfólios de ações. Se em 2016 apenas 26% da base tinha 5 ou mais empresas em carteira, esse número subiu para quase metade da base em 2020 (48%).

Contato: beth.moreira@estadao.com
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