Por Fernanda Guimarães
São Paulo, 28/09/2020 - A Cosan suspendeu a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de sua controlada Compass, mostrando que a janela para a oferta está ainda mais estreita, com o grande aumento da volatilidade do mercado. Na semana passada o banco BR Partners também adiou sua oferta no dia da precificação. A Caixa Seguridade, por sua vez, já avisou que por conta das condições de mercado vai deixar sua abertura de capital para depois. A oferta da Compass seria precificada hoje.
Muitos investidores decidiram ficar de fora da oferta da Compass por considerar o preço na oferta muito caro, principalmente porque na prática grade parte da companhia é a Comgás. Como todo o dinheiro da oferta iria ao caixa da empresa e uma das promessas era de que parte dos recursos fossem destinados a aquisições, a interpretação foi de que a avaliação da empresa já considerava tais compras e que a oferta seria uma espécie de "cheque em branco". A Cosan apontou a deterioração do mercado para o cancelamento.
Algumas ofertas que saíram nas últimas semanas tiveram que reduzir o preço para atrai demanda, como a rede de farmácias Pague Menos e as controladas da Cyrela: Lavvi e Cury.
Além de aquisições, a empresa utilizaria os recursos para aquisições, investimentos em privatizações considerados estratégicos para a consolidação de ativos de distribuição de gás. A empresa queria, ainda, reforçar sua estrutura de capital.
A oferta seria um passo para a reorganização societária planejada pela Cosan. Se aprovada pelos acionistas, vai tornar a Cosan S.A. como holding única, incorporando, para isso, a Cosan Limited e a Cosan Logística.
A receita operacional líquida da Compass no primeiro semestre do ano somou R$ 4,035 bilhões, ante R$ 4,398 bilhões no mesmo intervalo de 2019. A geração de caixa medida pelo Ebitda passou de R$ 1,12 bilhão na primeira metade do ano passado para R$ 1,043 bilhão no primeiro semestre deste ano.
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