Economia & Mercados
19/05/2021 08:52

Especial: Consumo residencial ajuda e distribuidoras vendem mais energia no 1tri21


Por Leandro Tavares

São Paulo, 18/05/2021 - A energia vendida pelas distribuidoras subiu no primeiro trimestre de 2021, angariada principalmente pelo consumo residencial, grande pilar de consumo em tempos de pandemia e trabalho em home office, mostrando recuperação em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, é importante ressaltar que o período de comparação é misto, uma vez que a pandemia no Brasil começou a afetar a economia brasileira no fim do primeiro trimestre de 2020.

Dados compilados pelo Broadcast Energia apontam que a energia vendida na rede das distribuidoras alcançou 89.932 gigawatts-hora (GWh) no primeiro trimestre do ano, considerando os números da Neoenergia, CPFL, Copel, Cemig, Equatorial, Energisa, Copel, Enel, EDP Brasil e Light, uma alta de 2,12% ante igual período de 2020, quando as companhias venderam 88.058 GWh.

Segundo as casas de análises e bancos de investimentos, os segmentos residencial e o mercado livre compensaram o fraco resultado das atividades comercial e industrial, altamente impactadas pela segunda onda da pandemia de covid-19.

No trimestre, no entanto, houve um contraste de alta e queda na energia vendida entre as distribuidoras de energia elétrica, já que as concessionárias estão espalhadas por diversas regiões do País e a segunda onda da pandemia impactou a economia de maneira diferente nessas áreas.

Na parte positiva do ranking, o destaque é a CPFL, que vendeu 17.882 Gwh em suas concessões, uma alta de 2,56% na comparação anual, impulsionada pelas classes industrial que subiu 7,7% no trimestre, para 6,314 GWh, e residencial, cresceu 4,6%, para 5.697 GWh. Na sequência aparece a Neoenergia, que vendeu o total de 15.985 GWh, alta de 7,8% ante igual período de 2020, influenciada também pela incorporação de consumidores da CED-D.

A Cemig registrou crescimento de 3,3% na energia vendida na base anual, para 11.578 GWh, refletindo em grande medida a alta de 9,7% nos consumidores livres. A EDP Brasil, por sua vez, vendeu 6.604 GWh na sua rede, alta de 4,4% na base anual, resultante das elevadas temperaturas registradas no período e da expansão no número de clientes. As empresas controladas pela Equatorial venderam 5.804 GWh no trimestre, uma alta de 4,0% ante igual período de 2020, devido ao aumento de 7,9% no consumo residencial.

Para aquelas empresas que registraram alta na energia vendida no período, o Credit Suisse afirma que elas foram influenciadas por aumento de tarifas, crescimento de volumes e menores provisões para inadimplência.

O resultado de aumento da energia vendida pelas empresas já havia sido sinalizado pela XP Investimentos antes do começo da temporada de divulgação de balanços. Na ocasião, a corretora havia afirmado que as distribuidoras seriam beneficiadas pela manutenção do ritmo de recuperação da atividade econômica observado desde o final do ano passado, após meses de restrições por conta da pandemia.

Na parte negativa, a venda total de energia elétrica da Enel Distribuição São Paulo encerrou o primeiro trimestre com 10.357 GWh, redução de 2,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, já que a área de concessão foi uma das que mais sofreu com as restrições, enquanto as distribuidoras do Grupo Energisa atingiram 9.179 GWh, uma queda de 0,8% na mesma base de comparação, também impactada pela segunda onda da doença.

Ainda na parte negativa, a Copel Distribuição totalizou 5.473 GWh vendidos, redução de 1,6% ante igual trimestre do ano passado, reflexo da queda de 11,4% do comércio pela pandemia, e a Light que teve queda de 1,7% na energia vendida, para 7.070 GWh, depois de o consumo do mercado cativo registrar baixa de 2,0% no trimestre, em função das medidas restritivas no Rio de Janeiro.

No geral, o Credit ressalta que as distribuidoras apresentaram um bom controle dos custos gerenciáveis no primeiro trimestre do ano, enquanto o nível de provisões para inadimplência diminuiu no período, mesmo com os obstáculos, o que pode refletir positivamente para sequência do ano para a maioria das empresas.

Contato: energia@estadao.com
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