Economia & Mercados
25/08/2020 14:14

Especial: Corte de juros no Casa Verde Amarela impulsiona maior mercado imobiliário do País


Por Circe Bonatelli

São Paulo, 25/08/2020 - A redução nas taxas de juros praticadas no Casa Verde Amarela (novo nome do Minha Casa Minha Vida) vai representar uma injeção de ânimo "na veia" do mercado imobiliário, uma vez que a maioria dos imóveis comercializados no País são enquadrados, justamente, no programa habitacional.

Dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) mostram que o programa respondeu por 81% dos lançamentos e 72% das vendas de imóveis no País no acumulado dos últimos 12 meses até maio, conforme a pesquisa mais recente.

Isso mostra que o governo Bolsonaro afaga os empresários da construção ao mesmo tempo em que busca ganhar terreno junto à população de menor renda, especialmente nas regiões Norte e Nordeste - onde os cortes nos juros do programa serão maiores.

O presidente da Abrainc, Luiz França, observou que o corte nos juros do financiamento vai reduzir o valor das parcelas e permitir o acesso de mais famílias à casa própria, abrindo espaço para o crescimento deste mercado.

"O governo deu hoje um direcionamento claro para a sociedade em relação ao que esperar da política habitacional para a baixa renda. O governo mostrou que este é um segmento importante", destacou França, em entrevista.

Na sua avaliação, a meta anunciada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) de atender 1,6 milhão de famílias até 2024 é factível. "É tecnicamente viável, porque o corte nos juros permite a inclusão de famílias que antes não poderiam pagar a prestação do imóvel. Com isso, vejo uma tendência de redução do déficit habitacional", completou.

Essa é a primeira vez que há um corte de juros no programa habitacional desde o lançamento em 2009, no governo Lula. A medida já vinha sendo discutida há alguns meses por empresários com o governo Bolsonaro. Em março, reportagem do Broadcast mostrou que entidades do setor da construção levaram essa proposta ao MDR.

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, falou sobre o assunto, animado, durante entrevista coletiva online para imprensa realizada ontem. "Ao reduzir a taxa de juros, necessita-se menos de subsídio. Então, o mesmo volume de subsídio permitirá contratar mais unidades, e com isso o mercado vai ficar mais aquecido", analisou.

Contato: circe.bonatelli@estadao.com
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