Economia & Mercados
15/03/2022 08:57

Exclusivo: ABDE busca novos instrumentos financeiros para crédito sustentável


Por Célia Froufe

Brasília, 14/03/2022 - A Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) busca novos instrumentos financeiros para impulsionar o crédito concedido por bancos e agências de fomento brasileiros. Entre as modalidades para a captação está Letra de Desenvolvimento Sustentável (LDS), uma ferramenta em construção com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A entidade também defende que o Banco Central mude a classificação de agências de fomento para que possam começar a emitir títulos.

"As agências têm capilaridade no Brasil e, portanto, é preciso dar força para elas", disse o secretário-executivo da ABDE, José Luis Gordon. Segundo ele, já há avanços nesse sentido, mas é preciso que seja também publicada uma resolução pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

"Um dos nossos temas é o fortalecimento do sistema nacional para viabilizar missões voltadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)", avaliou a presidente da Associação, Jeanette Lontra, citando o marco de orientação de políticas públicas global assumido pelos países-membro da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015. "Queremos criar novos fundos garantidores com recursos que possam levar para questão socioambiental."

Alinhar recursos desses bancos e agências de fomento a projetos com ODS é uma recomendação que a ABDE fará amanhã aos associados em evento realizado em Brasília e que foi adiantada ao Broadcast. A rede no Brasil é composta por 32 agentes financeiros que, juntos, correspondem a quase metade do crédito que circula no Sistema Financeiro Nacional (SFN).

Este grupo é responsável por praticamente todos os empréstimos públicos (97%) do País. Para estimular o segmento, a ABDE começou por fazer um diagnóstico sobre como estão os financiamentos atualmente. "Estão muito bem, melhor do que o esperado. Mas ainda temos muito mais para fazer", avaliou Jeanette. Entre os destaques estão principalmente áreas de trabalho decente e crescimento econômico e indústria, inovação e infraestrutura.

O estudo feito a partir de uma metodologia já usada pela União Europeia é inédito no País e, de acordo com a presidente, também pouco realizado em outras partes do mundo. Jeanette disse que o trabalho será entregue aos responsáveis pela área econômica de todos os candidatos à Presidência. "Vai ser norte para os planos de governo deles", afirmou. "É uma nova forma de pensar o Brasil", acrescentou Gordon.

Contato: celia.froufe@estadao.com
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast+ e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso