Economia & Mercados
03/05/2022 10:00

Exclusivo:Diversificação de negócios é meta da recém-criada diretoria latino-americana na Intel


Por Elisa Calmon

São Paulo, 03/05/2022 - De olho no potencial do setor de tecnologia na América Latina, a Intel anunciou recentemente a criação do cargo de diretor para a região. A escolhida para inaugurar a função foi Gisselle Ruiz Lanza, que já comandava as operações no Brasil. Agora, ela passa a ser responsável também por Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Peru e México.

O desenvolvimento do 5G, inteligência artificial, migração para nuvem e Internet das Coisas (IoT), por exemplo, estão entre os motivos da aposta da multinacional nesse mercado "estratégico e pujante", afirma Ruiz ao Broadcast em sua primeira entrevista desde que assumiu a posição.

"Nosso papel é colaborar com o sistema local, que é muito promissor", diz a executiva espanhola criada na Argentina, que vive há mais de 15 anos no Brasil e lidera a Intel no País desde 2019.

A prioridade na América Latina faz parte da estratégia de diversificação geográfica e de portfólio da companhia. Na última década, a empresa de tecnologia fortaleceu a atuação em outras regiões, além dos Estados Unidos, Europa e Ásia.

Avenidas de negócio

Apesar da escalada da inflação, do maior custo energético e logístico e da falta de componentes na área no mundo, Ruiz afirma que existe demanda em diferentes avenidas de negócios. "O crescimento de empresas de tecnologia pode diminuir em comparação ao período da pandemia, mas vai continuar a ser relevante", diz. "Vemos muitas verticais com espaço para crescer na América Latina, incluindo agronegócio, indústria, saúde, varejo e finanças."

Em relação aos tipos de tecnologia, ela cita o segmento de 5G, com empresas latinoamericanas de telecomunicações tendo de modernizar sua infraestrutura. A migração de companhias para a nuvem também é considerada promissora pela Intel, assim como iniciativas de inteligência artificial e internet das coisas (IoT). Há ainda a digitalização de empresas tradicionais e de governos e a “explosão de unicórnios” (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão) na América Latina. “Tudo isso deve impulsionar a região nos próximos anos”, afirma.

Apesar da diversificação de portfólio, o negócio de processadores para PCs segue relevante para a receita da companhia. “A venda de computadores atingiu o pico na pandemia, então é natural uma desaceleração, mas ainda vemos espaço para crescer”, diz, destacando que apenas cerca de 50% das casas brasileiras contam com esse tipo de equipamento.

No fim de abril, a Intel informou que registrou lucro líquido de US$ 8,1 bilhões, ou lucro por ação ajustado de US$ 0,87, no primeiro trimestre, com alta de 141% na comparação anual e acima da previsão de US$ 0,78 dos analistas consultados pelo FactSet. A receita da empresa foi de US$ 18,4 bilhões no primeiro trimestre, uma queda de 7% na comparação anual, mas um pouco acima da previsão de US$ 18,33 bilhões dos analistas.

A Intel ainda reafirmou sua projeção para a receita em todo o ano atual. A receita na categoria centros de dados avançou a US$ 6 bilhões, mas ficou abaixo do esperado pelo mercado. Além disso, a companhia projetou receita para o trimestre atual de aproximadamente US$ 18 bilhões, abaixo da expectativa do mercado.

Contato: elisa.ferreira@estadao.com
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