Economia & Mercados
28/01/2022 15:46

BNDES estica prazo para aumento de conteúdo local no financiamento de carro elétrico


Por Eduardo Laguna

São Paulo, 28/01/2022 - O BNDES adiou exigências de nacionalização para liberar crédito à compra de veículos elétricos dentro da linha especial que financia máquinas e equipamentos de baixa emissão de poluentes, o Finame Baixo Carbono. Com a flexibilização das regras, as montadoras terão até 2029 para alcançar o índice mínimo de 50% de conteúdo local exigido no acesso à linha. Pelo regulamento antigo, esse porcentual seria cobrado três anos antes, em janeiro de 2026.

A revisão dos prazos foi justificada pelo banco com os atrasos no desenvolvimento dos produtos decorrentes das restrições da pandemia. "Com a pandemia, os planos de desenvolvimento e as estratégias das empresas foram impactados. O regulamento ficou descalibrado com o tempo de desenvolvimento [...] Os prazos estavam encurtados dado o contexto recente", explicou Martha Madeira, gerente responsável pelo credenciamento de equipamentos do BNDES, durante apresentação em live da Anfavea, a associação que representa a indústria nacional de veículos.

A transição na nacionalização dos carros elétricos - cujas tecnologias estão em estágio de produção ainda incipiente no Brasil - deve acontecer em três fases. Até dezembro de 2024, os carros elétricos ou híbridos seguirão contando com acesso à linha se tiverem apenas 5% de conteúdo local. Depois disso, o porcentual exigido sobe para 15%, dobrando para 30% nos últimos dois anos de transição (2027 e 2028).

"Não vai faltar recursos. É uma linha que começa a tracionar agora. Não estamos preocupados com o orçamento estourar. Isso não é um problema. Pelo contrário, estamos fomentando a demanda", afirmou Tiago Peroba, chefe do departamento de clientes e relacionamento institucional do BNDES.

Além dos veículos - entre carros, utilitários leves, caminhões, ônibus e motos -, foram flexibilizados prazos de nacionalização de equipamentos de recarga e incluídas mais três categorias de produtos de propulsão elétrica que poderão acessar a linha: veículos industriais, máquinas agrícolas e embarcações.

A linha do BNDES financia para empresas e pessoas físicas até 100% do valor de máquinas de baixa emissão, incluindo motores movidos a biocombustível, como o etanol, e a gás.

O limite por operação de financiamento é de R$ 20 milhões, sendo que cada tomador do crédito pode obter no máximo R$ 150 milhões em diferentes operações. O prazo é de dez anos, com até dois anos de carência a depender das condições colocadas pelo banco repassador, que assume o risco da operação.

Se o cliente preferir, o custo do crédito pode ser pós-fixado, atrelado à Selic ou pré-fixado. O financiamento inclui ainda a remuneração do BNDES (0,95% ao ano) e do agente financeiro da operação, neste caso limitada a 3,5% ao ano.

Contato: eduardo.laguna@estadao.com
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