Economia & Mercados
26/06/2024 12:33

Fundo norueguês KLP vende fatia na Caterpillar por preocupações com Israel


A KLP, maior fundo de pensões privado da Noruega, vendeu sua participação de quase US$ 69 milhões na Caterpillar em meio a receios de que a fabricante norte-americana de equipamentos de construção e maquinário pesado possa estar contribuindo para violações dos direitos humanos na Cisjordânia e em Gaza.

A chefe de investimentos responsáveis do fundo, Kiran Aziz, disse que a Caterpillar forneceu escavadeiras e outros equipamentos utilizados para demolir casas e infraestrutura em áreas palestinas, de forma a abrir caminho para assentamentos israelenses, e também citou alegações de que equipamentos da empresa estão sendo usados pela Força de Defesa israelense como parte de sua campanha militar em Gaza, em reação aos ataques lançados pelo grupo extremista Hamas em 7 de outubro do ano passado.

"Embora a Caterpillar tenha se mostrado disposta a dialogar com a KLP, as respostas da empresa não conseguiram fundamentar de maneira confiável sua capacidade de realmente reduzir o risco de violação dos direitos de indivíduos em situações de guerra ou conflito ou de violação do direito internacional", disse ela. "Como a empresa não pode nos dar garantias de que está fazendo algo nesse sentido, decidimos" desfazer o investimento, acrescentou.

O fundo informou que vendeu ações e títulos da Caterpillar no valor de 728 milhões de coroas norueguesas (US$ 68,6 milhões) neste mês.

Com sede em Oslo, a KLP dispõe de cerca de US$ 100 bilhões em ativos e segue um conjunto de diretrizes de investimento responsável baseado em uma estrutura ambiental social e de governança da Organização das Nações Unidas (ONU). Isso significa que o fundo não investe em empresas ligadas a tabaco, carvão, álcool ou jogos de azar, assim como em alguns fabricantes de armas ou empresas responsáveis por danos ambientais ou que violem os direitos humanos.

A KLP saiu de outras empresas relacionadas a assentamentos israelenses na Cisjordânia e excluiu recentemente as americanas CoreCivic e GEO Group por violarem direitos humanos e trabalhistas em centros de recepção de refugiados. No total, o fundo já excluiu mais de 750 empresas. Fonte: Dow Jones Newswires.
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