Economia & Mercados
22/06/2021 11:07

Petrobras: Perda de participação para estrangeiras na produção de petróleo é 'natural'


Por Fernanda Nunes

Rio, 22/06/2021 - A Petrobras afirmou ser "natural" o crescimento de concorrentes estrangeiras no mercado de petróleo no Brasil, conforme noticiado pelo Broadcast ontem Segundo a empresa, acontece o avanço esperado da presença de petrolíferas multinacionais, "assim como a entrada de novas empresas em ativos vendidos" por ela. A estatal, em contrapartida, trabalha para manter sua liderança na produção de petróleo e gás em águas profundas e ultraprofundas, incluindo o pré-sal, como informou por meio de sua assessoria de imprensa.

Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) demonstram que, juntas, Shell, Repsol Sinopec, Petrogal e Total já respondem por 20% da produção nacional de petróleo e gás. Essas são as quatro maiores produtoras, atrás da estatal, como mostrou matéria publicada ontem pelo Broadcast. Em conjunto, a iniciativa privada responde, hoje, por 27% do total, segundo o órgão regulador.

Para o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a presença da iniciativa privada no setor vai crescer à medida que o pré-sal avançar, já que a maior parte dos projetos na região é desenvolvida em parceria. A Petrobras confirma a estratégia de atuar em sociedade e diz ser essa uma solução para reduzir a exposição ao risco e agregar o conhecimento e capital dos parceiros. Segundo ela, esse modelo de negócio ajuda a empresa a "estar presente em um maior número de oportunidades e agregar competência".

A Petrobras argumenta ainda que sua produção de petróleo cresceu nos últimos anos, com exceção de 2018 e que deve manter a liderança no segmento de refino, mesmo após se desfazer de metade da sua capacidade de produção de derivados. "A Petrobras continuará sendo a maior companhia integrada no Brasil, utilizando seu parque para maximizar o retorno e otimizar suas operações", afirmou.

A empresa diz ainda que o campo de Búzios, no qual deve investir US$ 4,2 bilhões por ano até 2025, tem reservas significativas, com baixo custo de extração, e, por isso, é resistente a um cenário de baixos preços de petróleo. O campo seria, portanto, a melhor resposta da empresa à retração anual das suas reservas. A empresa ainda não informou ao mercado, no entanto, o volume de petróleo que o campo deve acrescentar ao seu reservatório.

Contato: fernanda.nunes@estadao.com
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