Economia & Mercados
15/05/2024 10:46

Campos Neto: meta de inflação é de 3% e vamos persegui-la


Por Célia Froufe e Fernanda Trisotto

Brasília, 15/05/2024 - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que em política monetária não deve haver discussão sobre centro ou banda da meta de inflação. "O debate de política monetária não deveria falar de centro e banda, nossa meta é 3% e deveríamos perseguí-la", afirmou durante a abertura da Conferência Anual do Banco Central do Brasil, em Brasília.

O presidente do BC destacou um momento específico da sua fala para fazer apontamentos sobre a última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu diminuir o ritmo de corte da Selic e reduziu a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, de 10,75% para 10,50% ao ano. Ele explicou que a ata, divulgada na terça-feira, 15, mencionava as condicionantes para o guidance - em março, o colegiado havia indicado que continuaria com o corte de meio ponto porcentual, o que acabou não ocorrendo diante das mudanças de cenário.

"O debate (na reunião do Copom) foi sobre a validação dos condicionantes, a graduação", disse. Ele pontuou que, no cenário externo, houve o entendimento de que a taxa terminal havia piorado e que no âmbito doméstico, há risco de elevação da inflação de alimentos e também pressão por causa do petróleo. Ele observou que as expectativas, implícitas e as registradas no relatório Focus, vinham piorando.

"Decidimos reconhecer que as expectativas estavam desacordadas, e não com ancoragem parcial", disse. Além dos debates sobre elevação de risco na parte longa da curva de juros, também foram observados pontos sobre a credibilidade do arcabouço fiscal e os impactos na política monetário.

Ele reiterou que o debate no Copom foi centrado em argumentos técnicos e que o entendimento da maioria do colegiado é de que as alterações no cenário foram relevantes para reduzir o ritmo de cortes. Ele acrescentou, ainda, que havia integrantes do grupo que viram motivos para modificar o balanço de riscos do Copom - o que acabou não ocorrendo.

O presidente do BC também reforçou que a reancoragem das expectativas é vista como elemento essencial para convergência da inflação à meta e que o Copom concluiu unanimemente pela necessidade de uma política monetária mais contracionista e cautelosa.

Contatos: celia.froufe@estadao.com e fernanda.trisotto@estadao.com
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