Por Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues
Brasília, 07/02/2023 - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central repetiu, na ata de seu encontro de deste mês, a sinalização de que a taxa Selic deve ser mantida por um período mais prolongado do que o considerado no cenário de referência, que estimava o primeiro corte em setembro deste ano. Como no comunicado da semana passada, o Copom afirmou que a estratégia visa assegurar a convergência da inflação.
"O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que têm mostrado deterioração em prazos mais longos desde a última reunião", disse o colegiado na ata, assim como no comunicado.
O BC também reafirmou o alerta, feito desde setembro, de que "não hesitará" em retomar as altas dos juros básicos caso a desinflação não ocorra como esperado, após lembrar que os passos futuros de política monetária poderão ser ajustados.
Na semana passada, o Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano pela quarta vez seguida. Em relação à decisão deste mês, o BC disse na ata, assim como no comunicado, que a manutenção é "compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante", que inclui 2023 e, em maior grau, 2024.
A projeção oficial do BC para o ano que vem é de 5,6% no cenário de referência e de 5,5% no cenário alternativo, com a Selic estável por todo o horizonte relevante - ambos acima do limite superior da meta (4,75%). Já para 2024, a estimativa é de 3,0%, o que coincide com o alvo central estabelecido. O BC também optou por dar ênfase ao horizonte do segundo trimestre de 2024, cuja projeção é de 3,3%.
O Copom também repetiu que a decisão de estabilidade da Selic em 13,75% reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva. O colegiado ainda voltou a dizer que a decisão implica "suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego". Essas ideias expressas na ata já constaram no comunicado da semana passada.
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