Economia & Mercados
13/03/2019 16:03

Campos Neto: manterei trabalho incansável na busca de assegurar estabilidade do sistema financeiro


Brasília, 13/03/2019 - O novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, prometeu há pouco manter o trabalho incansável na busca do cumprimento da missão do órgão, que é assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente

“A experiência brasileira evidencia claramente como são elevados os custos de uma política econômica que não se compromete com a estabilidade da moeda. Vivemos esse tipo de situação antes do Plano Real e também mais recentemente, com resultados negativos”, afirmou, ao tomar posse do cargo.

Segundo ele, a estabilidade monetária é um patrimônio de toda a sociedade e tem ajudado a criar as condições necessárias para o crescimento econômico sustentado. Campo Neto criticou escolhas de política econômica dos governos anteriores a 2016 que, segundo ele, causaram um grande revés ao País.

“Excessos de intervenção desorganizaram a economia, reduzindo a confiança dos agentes econômicos e distorcendo a alocação de capital e de mão-de-obra. Essas distorções sufocaram o crescimento, a produtividade e o emprego, levando a um aumento da inflação e a uma recessão profunda, com grave piora das contas públicas”, avaliou.

O presidente do BC citou reformas adotadas pelo governo Michel Temer, como a criação do teto dos gastos, a reforma trabalhista e a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP).

Campos Neto destacou que o câmbio flutuante é um importante pilar na gestão das crises que o País tem enfrentado, servindo como primeira linha de defesa da economia. “Isso não impede, no entanto, intervenções para evitar disfuncionalidades nos mercados. Nesse aspecto, as reservas internacionais funcionam como uma garantia, um seguro”, afirmou.

Mais uma vez, ele destacou que a administração das reservas teve custo zero nos últimos dez anos, já que os custos de carregamento foram compensados pelos resultados da variação cambial. “Qualquer decisão econômica deve sempre considerar custos e benefícios, e isto também se aplica à gestão de reservas”, repetiu, como já havia dito em sabatina no Senado.

Além citar as medidas tomadas recentemente pela autoridade monetária no âmbito da Agenda BC+, ele ainda agradeceu o que chamou de excelente trabalho do seu antecessor, Ilan Goldfajn, à frente do órgão. “Espero que, com a colaboração do excelente corpo funcional do BC, eu consiga me colocar à altura dos desafios que o país precisa enfrentar”, completou.

(Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro - eduardor.ferreira@estadao.com e fabricio.castro@estadao.com)
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