Por Francisco Carlos de Assis
São Paulo, 05/09/2019 - Os impactos previstos sobre a economia brasileira do cenário econômico internacional, passando pela vizinha Argentina, levaram o economista-chefe para América Latina do BNP Paribas, José Carlos Faria, a revisar de 0,8% para 0,5% sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para este ano.
Para 2020, a projeção foi reduzida de 2,5% para 2%. O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira, 5, pelo próprio Faria durante entrevista coletiva online realizada pelo banco francês.
De acordo com o economista, a instituição não espera melhora nas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, o que, na avaliação dele, poderá ter impacto também na economia europeia. “Esperamos uma escalada das tensões comerciais entre os EUA e a China”, disse Faria.
A China, pelas previsões do Departamento Econômico do BNP Paribas, deverá crescer abaixo de 6% no ano que vem e o PIB norte-americano, 2,2%. Para ele, o único vetor de crescimento da economia dos EUA é e continuará sendo o consumo, que a despeito das intempéries de ordem econômica, continua resiliente.
Para a economia global, o Departamento Econômico do BNP Paribas revisou sua projeção de crescimento de 3,3% para 2,9% neste ano e prevê expansão de 2,7% em 2020. A Europa deve crescer 2,1% neste ano e 1,7%, no próximo.
Neste cenário de baixo crescimento global, a instituição francesa espera que o Federal Reserve promova mais quatro cortes de 0,25 ponto porcentual na sua taxa básica de juro (os Fed Funds).
O Banco Central Europeu (BCE) também deverá promover alguns cortes de juro, mas como o seu espaço para política monetária é menor, segundo Faria, a autoridade monetária pode recorrer ao relaxamento por meio compras de ativos, o chamado Quantitative Easing (QE). Internamente, o economista trabalha com a Selic encerrando o ano em 5%.
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