Economia & Mercados
10/08/2018 11:16

IBGE/Isabella: greve e conjuntura desfavorável explicam resultado do varejo no 2ºtri


--IBGE: Varejo acumulou perda de 1,5% em dois meses de quedas
--IBGE: Vendas do varejo estão 7,7% abaixo do pico registrado em outubro de 2014
--IBGE: Vendas do varejo ampliado estão 14% abaixo do pico registrado em agosto de 2012
--IBGE/Isabella: Varejo ainda mostra em junho efeitos da greve de caminhoneiros, mas concentrado em alguns setores
--IBGE/Isabella: Supermercados foram afetados pelo adiantamento de compras em maio
--IBGE/Isabella: Supermercados provavelmente não tinham abastecimento de perecíveis restabelecido no início de junho
--IBGE/Isabella: Recuperação forte de veículos e material de construção compensou perda de supermercados no varejo ampliado
Rio, 10/08/2018 - A paralisação dos caminhoneiros, que resultou em bloqueios de estradas de todo o País durante 11 dias do mês de maio, ainda prejudicou o desempenho do varejo em junho, contou Isabella Nunes, gerente na Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As vendas do varejo recuaram 0,3% na passagem de maio para junho. No mês anterior, a queda foi de 1,2%. Em dois meses de retração, o varejo acumulou uma perda de 1,5%.

"Ainda teve efeito da greve em junho, mas concentrado em alguns setores, como supermercados. Tem a ver com o adiantamento de compras que aconteceu em maio e com uma própria perda de receita em junho, porque nas primeiras semanas provavelmente os supermercados não estavam totalmente abastecidos de perecíveis. Isso afetou o resultado geral do varejo", explicou Isabella.

Com as perdas de maio, as vendas do comércio varejista estão 7,7% abaixo do pico registrado em outubro de 2014. No varejo ampliado, o volume vendido está 14% aquém do ápice alcançado em agosto de 2012.

No varejo ampliado, o resultado melhorou em relação ao mês anterior, graças à forte recuperação registrada pelas vendas de veículos e de material de construção, que compensaram a perda de supermercados na média global das vendas.

No entanto, houve perda no ritmo de recuperação das vendas tanto do varejo restrito quanto do ampliado. Os avanços no segundo trimestre foram mais modestos que os registrados no primeiro trimestre, tanto na comparação com ajuste sazonal quanto na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Segundo Isabella, houve impacto da greve de caminhoneiros sobre o desempenho do comércio varejista no segundo trimestre, mas a conjuntura desfavorável também explica a perda de ritmo.

"Os índices de confiança do consumidor ficaram baixos em junho, provavelmente, por causa do mercado de trabalho, mas também por uma percepção da crise", lembrou Isabella. "A evolução [lenta] do mercado de trabalho de certa forma vem assustando também os consumidores. Isso acaba por deixar o consumo mais lento, adiar o consumo de longo prazo", completou.(Daniela Amorim - daniela.amorim@estadao.com)
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