Economia & Mercados
03/10/2023 16:55

Jorge Arbache: Fundos soberanos têm receio de investir no Brasil sem um parceiro local


Os investidores estrangeiros, como fundos soberanos, têm receio de entrar no Brasil sem um parceiro local, de preferência um sócio local, que entre também com dinheiro, afirmou nesta terça-feira, 3, o vice-presidente de setor privado do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), Jorge Arbache.

"Os fundos soberanos reúnem cerca de US$ 11 trilhões para investir", disse Arbache. "O Brasil seguramente é um dos principais países de foco desses fundos. Mas esses fundos têm um certo temor de entrar em um país como o Brasil sem um aliado local."

Segundo o executivo, os fundos soberanos desejam parceiros nos negócios. "O interesse maior é por um sócio local, que entre com dinheiro, não apenas organize as condições para o investimento", disse, complementando que os fundos de pensão podem cumprir esse papel.

Para o executivo, os fundos de pensão podem ter comunicação proativa com fundos soberanos, levando proposta e ideias de negócios no Brasil. "A visão de sócio é diferente da visão de cliente."

O vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial no Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron, opinou que os fundos de pensão e de previdência deveriam rediscutir suas alocações. "Os fundos de pensão não são os responsáveis por fazer a economia crescer, mas podem ajudar."

Ele afirmou que os fundos abertos e fechados somam aplicações de R$ 2,6 trilhões. Os fechados têm 80% de renda fixa e 12% em renda variável. As entidades abertas têm 94% em renda fixa e 5% em renda variável. "No País que tem a maior taxa de juros do mundo, não dá para culpar os gestores. Mas isso não é suficiente para construir um país com investimento social, ambiental e de governança para a gente ter um impacto positivo na sociedade. A gente pode ter um retorno muito bom não só investindo em renda fixa."

O executivo avaliou que as autoridades brasileiras "demonizaram" os Fundos de Investimento em Participações (FIP). "Confundiram risco com gestão temerária", comentou. "Risco é parte do negócio."

Vice-presidente da Anbima e sócio do BTG, Sergio Cutolo enfatizou que não há, no Brasil, cultura de investimentos de longo prazo - incluindo o fato de que os investimentos podem implicar riscos.
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