Economia & Mercados
11/04/2023 13:32

CBIC: vamos revisar projeção de crescimento para baixo após dez trimestres seguidos de alta


Por Jorge Barbosa

São Paulo, 11/04/2023 - O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, afirmou há pouco que vai revisar a projeção de crescimento do setor de construção para baixo pela primeira vez depois de dez trimestres seguidos em que as previsões de crescimento da entidade são revisadas para patamares mais otimistas. A declaração foi feita durante a realização da 96° edição do Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC).

A projeção anterior da CBIC era de 2,5% de crescimento para a construção em 2023, sendo revisada para 2%. Martins apontou a taxa de juros em patamares altos e as limitações para o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), bem como a dependência do setor imobiliário de recorrer ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), atualmente em retração, como problemas que limitam a capacidade de evolução do segmento.

“Hoje no mercado imobiliário está acontecendo um limbo, tendo em vista a conjunção da taxa alta de juros com aumento nos custos de construção. Nós tivemos um aumento no preço dos imóveis, o que nos retira do enquadramento do FGTS”, afirmou o presidente da CBIC.

A entidade registrou ainda uma redução de 30% nas unidades financiadas no primeiro bimestre em relação ao ano passado. Para Martins, a solução deste problema está na possibilidade do setor ter maior acesso aos recursos do FGTS. Segundo o presidente, haverá no dia 10 de maio um encontro com deputados federais para apresentar a agenda do setor aos parlamentares.

Aumento nos custos

A entidade também registrou uma série de aumento nos custos de construção. Desde o segundo semestre de 2020 até março deste ano o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) aumentou 34,14%, destaca a CBIC. Outro aumento considerado elevado foi o custo com material, em 52,21% no mesmo período.

A CBIC avalia, contudo, que houve maior estabilidade no aumento dos custos desde o segundo semestre de 2022. Contudo, destaca que essa menor oscilação de preços não significou, até o momento, queda nos custos.

“Temos agora uma mudança no impulsionamento do INCC que é o custo com a mão de obra. Temos uma alta superior a 11% desde setembro do ano passado, de forma que mesmo estável, o custo com a construção continua em patamar elevado”, afirmou Ieda Vasconcelos, economista da CBIC.

Contato: jorge.barbosa@estadao.com
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