Economia & Mercados
07/02/2022 11:30

Prejuízo com golpes no comércio eletrônico em 2021 foi de cerca de R$ 650 mi em 2021


Por Talita Nascimento

São Paulo, 07/02/2022 - O prejuízo estimado com os golpes aplicados no comércio eletrônico em 2021 foi de cerca de R$ 650 milhões. Celulares estão no topo da lista dos produtos mais visados nas fraudes, representando 45% das fraudes. Videogames ficam em segundo lugar, com 16%, seguido de computadores, com 15%. Os dados são de um estudo da OLX e do AllowMe, plataforma de proteção de identidades digitais, que levantou os principais golpes aplicados.

O estudo indica que os golpes são praticados por associações criminosas articuladas em rede sob contas falsas. Em 2021, foram usados e-mails vazados em mais 500 mil transações, principalmente na criação dessas contas. Em 14% das tentativas de fraude identificadas no período foram usadas máquinas virtuais, ou seja, o uso de programas para emular um sistema operacional, simulando um dispositivo web.

A base de dispositivos envolvidos em fraudes cresceu 147% em 2021, sinalizando crescimento na atividade dos fraudadores. Em novembro, mês da Black Friday, houve incremento de 78% no uso de IP de alto risco vinculados a ataques cibernéticos. A AllowMe afirma, porém, que conseguiu evitar R$ 1,1 bilhão de prejuízo com fraudes em 2021, aumento de quase 90% ante os R$ 581 milhões evitados em 2020.

Quem e como

A maioria dos brasileiros que caíram em fraudes no ano passado são homens, 77%, contra 23% de mulheres. A maioria - 73% das vítimas - tem até 31 anos. A região Sudeste é a que mais teve fraudes confirmadas, com o Estado de São Paulo liderando com 46%, seguido por Rio de Janeiro, 11%, e Minas Gerais, 8%.

O golpe da Compra Confirmada, que atinge os lojistas virtuais, respondeu por 32% dos casos, seguido por Anúncio Falso e Roubo de Dados, cada um com 24%, e Invasão de Conta fechando o ranking com 19% dos casos.

O golpe da Compra Confirmada é uma atualização do antigo golpe do Envelope Vazio. O fraudador faz um falso comprovante de depósito com os dados do vendedor e o envia por e-mail ou aplicativo de mensagem, fazendo o vendedor acreditar que o valor já foi depositado e, assim, acabe enviando o produto. Quando a vítima percebe o golpe, o fraudador já está com a mercadoria e deixa de responder as mensagens.

Já no caso do anúncio falso, o golpista insere o anúncio de um produto nas plataformas de compra e venda com preço, em geral, 40% mais barato que o valor de mercado. Imaginando ser uma oferta real, a vítima faz o pagamento e não recebe o produto. No roubo de dados, os fraudadores buscam dados pessoais e os utilizam em golpes futuros. Por isso, é indicado que nunca se compartilhe número de celular, endereço de e-mail, CPF e dados bancários com terceiros.

Na invasão de contas, o objetivo desse golpe é se apropriar da identidade da vítima. Esse processo pode acontecer por brechas de segurança, vazamento de dados, ou até mesmo com golpes que fazem o próprio usuário compartilhar os seus dados. A partir do momento que o fraudador tem acesso a essas credenciais, ele começa a usar as contas da vítima para se beneficiar ou para aplicar golpes em terceiros.

Contato: talita.ferrari@estadao.com
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