São Paulo, 31/07/2018 - O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, afirmou nesta terça-feira que a empresa não foi afetada pelo embate tarifário travado entre Estados Unidos e China até o momento, mas disse que a companhia estás avaliando os efeitos comerciais que podem resultar de tarifas americanas a serem aplicadas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. De acordo com Cook, a Apple irá fornecer comentários públicos sobre o assunto depois de ter tido a chance de avaliar as possíveis tarifas.
"Nossa visão sobre as tarifas é que elas aparecem como um imposto sobre o consumidor e acabam resultando em crescimento econômico menor e, às vezes, podem trazer riscos significativos de consequências não intencionais", disse Cook. Ele acrescentou que os acordos comerciais que os EUA têm em alguns mercados estão "precisando de modernização". Ainda assim, ele apontou que está otimista e que "isso será resolvido porque há uma inescapável reciprocidade entre os EUA e a China".
Apesar da Apple ser mais vulnerável do que outras empresas gigantes de tecnologia em relação às disputas comerciais entre Washington e Pequim, isso não afetou seus negócios no trimestre de junho. A empresa disse que a receita na Grande China, que responde por cerca de um quinto das vendas anuais da companhia, subiu 19% no período entre abril e junho na comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 9,55 bilhões. A Apple continua se beneficiando do maior mercado de smartphones do mundo com a demanda sustentada por seus iPhones e fortes vendas de aplicativos e outros serviços.
Sobre os iPhones, Cook defendeu o preço de US$ 999 do iPhone X em solo americano ao falar com analistas. "Nós avaliamos o preço em um nível que representava o valor dele, e não poderíamos estar mais felizes por ter sido o iPhone mais vendido desde o lançamento", comentou o executivo. Para ele, o sucesso do telefone confirmou a crença da empresa de que os clientes querem produtos inovadores. Cook disse, ainda, que a Apple ganhou participação de mercado em diversos países devido ao X.
De acordo com o presidente-executivo da Apple, o mercado de smartphones pode estar passando por um período de contração. "Se esse mercado cresce 1% ou 10% ou diminui 2%, continua sendo um grande mercado porque é enorme", disse. Ele reconheceu, ainda, que alguns usuários de smartphones estão segurando dispositivos por mais tempo, mas ressaltou que, se a Apple puder continuar a oferecer dispositivos inovadores como o iPhone X, "há pessoas suficientes que gostariam, e isso pode ser um negócio realmente bom". Cook também disse que a Apple não avaliou como seu movimento para reduzir os preços de reposição de baterias neste ano afetou as vendas do iPhone.
A Apple recomprou US$ 20 bilhões em ações no período entre abril e junho à medida que avançava na primeira fase de um plano de recompra de ações de US$ 100 bilhões anunciado há quase três meses. As recompras fazem parte dos esforços da Apple para se tornar neutra em termos líquidos após a reforma tributária aprovada nos Estados Unidos no ano passado. As mudanças fiscais levaram a empresa a anunciar, em janeiro, que retornaria a maioria de seus US$ 250 bilhões em lucros no exterior para os EUA. "Ainda há um longo caminho a percorrer em nosso programa de recompra de ações", disse o diretor-financeiro (CFO) da Apple, Luca Maestri. (Com Dow Jones Newswires)
