Por Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro
Brasília, 15/04/2021 - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu há pouco que a economia brasileira teve formato de recuperação muito parecido com um “V”, mas ponderou que a segunda onda da pandemia de covid-19 atenuou o formato desse “V”.
“Os dados da ponta de energia elétrica, veículos e cartão de crédito mostram uma queda bem menor do que a registrada na primeira onda. Há uma surpresa positiva sobre a resiliência da economia. A gente entende que a partir do segundo semestre o setor de serviços vai melhorar também”, afirmou, na abertura do evento virtual "Fintouch - Desafios das Fintechs 21/22", organizado pela ABFintechs.
Campos Neto lembrou que a inflação em 12 meses deve alcançar um pico ao longo do ano por um efeito de estatística, com a substituição dos níveis baixos de 2020. “Grande parte do delta de inflação se deve aos preços das commodities e isso é um fenômeno mundial”, completou.
O presidente do BC repetiu que a instituição iniciou um processo de alta de juros porque viu as expectativas de inflação em alta, já ameaçando contaminar o índice de 2022. “Se fizermos mais (alta de juros), evitamos de forma mais eficiente essa contaminação da inflação, que é temporária”, reafirmou.
Campos Neto citou ainda as revisões do BC e do mercado nas projeções para as contas externas, com melhora nas estimativas de superávit na balança comercial de 2021.
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