Economia & Mercados
24/04/2023 12:18

ANS:Saúde suplementar fechou 2022 com lucro de R$ 2,5 mi, mas 4tri22 mostra recuperação


Por Isabela Moya

São Paulo, 24/04/2023 - A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou os dados econômico-financeiros relativos ao quarto trimestre de 2022 com informações financeiras enviadas pelas operadoras de planos de saúde. O setor fechou o ano de 2022 praticamente no “zero a zero”, registrando lucro líquido de R$ 2,5 milhões. Comparado com a receita efetiva de operações de saúde - principal negócio - de R$ 237,6 bilhões, esse lucro representa apenas 0,001% (para cada R$ 1.000,00 de receita, R$ 0,01 de lucro).

A agência destaca que a tendência dos resultados anuais no momento pós pandemia - desde 2021 - persistiu com a deterioração dos resultados, especialmente em grandes operadoras, após o lucro recorde de R$ 18,7 bilhões em 2020, seguido de lucro de R$ 3,8 bilhões em 2021. Entretanto, o quarto trimestre de 2022 já apresenta sinais de recuperação, na visão da ANS.

Nos números agregados por segmentos regulados pela ANS, o resultado do setor foi positivo para as administradoras de benefícios (R$ 555,57 milhões). As operadoras exclusivamente odontológicas e médico-hospitalares registraram prejuízo anual (R$ 47,3 milhões - 1,29% da receita efetiva de planos de operadoras odontológicas; e R$ 505,7 milhões - 0,22% da receita efetiva de planos de operadoras médico-hospitalares).

"Esse dado negativo é inédito: para as odontológicas significa R$ 1,29 de prejuízo a cada R$ 100,00 de receitas efetivas de seus planos; e para as médico-hospitalares R$ 0,22 centavos de prejuízo para cada R$ 100,00 de receitas efetivas de seus planos. Nessas modalidades, o prejuízo final foi puxado fortemente por grandes operadoras", afirma a agência reguladora.

Desde 2021, o setor observa queda no desempenho com as operações de assistência à saúde (resultado operacional). A ANS nota que, especialmente nas operadoras médico-hospitalares, nota-se uma “ressaca” pós-Covid, com déficit de R$ 11,5 bilhões no resultado operacional - que subtrai das contraprestações (mensalidades) e outras receitas operacionais os custos diretos da operação: eventos indenizáveis, despesas administrativas, despesas de comercialização e outras despesas operacionais. Esse prejuízo operacional foi parcialmente compensado pelo expressivo resultado financeiro de R$ 9,4 bilhões no ano, reflexo do aumento das taxas de juros que remuneram as aplicações financeiras das operadoras.

"Em linhas gerais, resultados podem ser explicados por aumento dos custos, mas, embora menos frequente, também podem ser gerados pela queda ou estagnação das receitas. No caso concreto do mercado de saúde suplementar, em uma avaliação preliminar, as despesas assistenciais não apresentaram crescimento que possa justificar o aumento da sinistralidade. No entanto, as receitas advindas das mensalidades parecem estar estagnadas, especialmente nas grandes operadoras. Essa análise é compatível com o recente histórico do mercado de saúde suplementar: apesar do expressivo aumento de beneficiários desde o início da pandemia, a sinistralidade não foi tão bem controlada", informa o comunicado da ANS.

Contato: isabela.moya@estadao.com
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