Economia & Mercados
10/05/2021 17:39

Fechamento câmbio: Dólar fecha a R$ 5,23 em dia volátil na expectativa por agenda da semana


Por Altamiro Silva Junior

São Paulo, 10/05/2021 - O dólar teve um dia de acomodação ante o real nesta segunda-feira, após cair de R$ 5,45 para a casa dos R$ 5,20 na semana passada. A moeda americana operou volátil hoje, mas entre intervalos estreitos, mesmo com a divisa chegando a cair no exterior, no aguardo da agenda da semana, que inclui a ata da reunião do Copom nesta terça-feira (11), e ainda com as mesas mantendo no radar o cenário político em Brasília após o Estadão/Broadcast revelar o caso do orçamento secreto de R$ 3 bilhões do Planalto e com a CPI da covid em andamento.

No fechamento, o dólar encerrou o dia em leve alta de 0,07%, cotado em R$ 5,2320. No mercado futuro, o dólar para junho cedia 0,21% às 17h35, em R$ 5,2375.

Para o economista e sócio da consultoria Tendências, Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central (BC), na ausência de algum evento inesperado, externo ou interno, a tendência do câmbio é ficar na faixa de R$ 5,10 a R$ 5,20. Sobre estes eventos ele se refere a algum ruído político em Brasília, ou ainda os rumos da pandemia, que podem comprometer o cenário fiscal. No caso de um agravamento da situação fiscal, ou da pandemia, a moeda americana pode voltar a testar níveis acima de R$ 5,50.

O cenário interno conturbado estava provocando um descolamento do real dos preços das commodities, disse Loyola na tarde de hoje em live da Genial Investimentos. Normalmente a moeda brasileira se valoriza em períodos de alta dos preços de produtos como soja e minério de ferro, mas até há pouco tempo isto não estava acontecendo. "As razões são todas ligadas ao cenário doméstico, seja o político e de incerteza trazidas pela condução do enfrentamento da pandemia e também pelo imbróglio fiscal", afirmou. Nas últimas semanas, pós-resolução da novela do orçamento, Loyola destaca que houve "certa assentada da poeira" na questão das contas públicas.

Nos indicadores hoje, o Ministério da Economia divulgou que as exportações começaram maio com fôlego, com superávit comercial somando US$ 2,2 bilhões na primeira semana. Mas os números tiveram efeito limitado no câmbio, em tarde marcada por alta dos juros longos americanos, que pressionou ativos de risco.

Contato: altamiro.junior@estadao.com
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