Economia & Mercados
23/01/2019 11:14

MME/Albuquerque: não podemos abrir mão da fonte nuclear; Angra 3 tem que ser discutida


Brasília, 23/01/2019 - O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que a usina de Angra 3 é relevante, benéfica ao setor e um dos três pilares da política nuclear brasileira. Em entrevista a jornalistas, o ministro disse que o tema de Angra 3 deve ser discutido sem preconceitos ou ideias preconcebidas.

O ministro negou que a retomada da usina seja feita simplesmente por ser estratégica para o governo e disse que a construção só será finalizada caso seja demonstrado que ela possui viabilidade econômica. A energia nuclear é considerada uma das mais caras entre todas as fontes.

"Considero que a fonte nuclear, no caso do nosso País, deve fazer parte da matriz energética", afirmou. "Apenas três países no mundo possuem grandes reservas de urânio e dominam a tecnologia nuclear: Brasil, Estados Unidos e Rússia", acrescentou.

Albuquerque disse que o governo dará continuidade aos estudos que já vinham sendo realizados no fim do ano passado pelo governo a respeito de Angra 3. A meta, segundo ele, é concluí-la em 2026.

O ministro disse ainda que o governo vai investir em conhecimento geológico para explorar o potencial de urânio no território nacional. Ele citou ainda a importância de reatores multipropósito de baixa potência, inclusive para projetos de dessalinização de água.

O secretário de Planejamento do MME, Reive Barros, disse que a análise de Angra 3 deve ser feita sob outros critérios, além do preço. "A análise pelo preço distorce os fatos", disse. Segundo ele, Angra 3 vai gerar energia na base e em um local próximo aos grandes centros de consumo, o que eleva a segurança do sistema e reduz custos e perdas em transmissão.

Ainda segundo ele, o preço de referência da energia da usina, que foi dobrado para R$ 480,00 por megawatt-hora (MWh) no fim do ano passado, deve ser reduzido devido à competição e interesse dos agentes. "Quanto maior competição, tem havido deságios nos leilões. Dada a competição, e temos cinco competidores com interesse em participar, certamente valor final será menor", afirmou.

O ministro disse acreditar que, no futuro, o Brasil deve rever as restrições ao investimento privado na área nuclear, inclusive para usinas. "Hoje não é possível, mas acredito que isso será revisto no futuro. Não é algo para se fazer com pressa", disse. (Anne Warth - anne.warth@estadao.com)
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