Economia & Mercados
11/08/2017 14:33

Carrefour: rentabilidade no Atacadão não veio em detrimento de preço competitivo


O Carrefour descartou que seu negócio de "atacarejo", o Atacadão, tenha obtido expansão de margens por meio de uma elevação de preços. Em teleconferência com analistas e investidores, o presidente do Carrefour Brasil, Charles Desmartis, foi questionado sobre o fato de o crescimento de vendas da rede ter sido menos expressivo que o de seu maior concorrente, o Assaí, do Grupo Pão de Açúcar (GPA).

Ao ser perguntado sobre o Assaí, Desmartis disse que "há vários efeitos que fazem com que um concorrente menor com uma expansão forte" apresente crescimento maior de vendas. Sem citar nominalmente a bandeira do GPA, Desmartis afirmou que a "conversão de lojas de outro modelo" é uma forma de "turbinar" o indicador de vendas. O GPA tem um plano de converter lojas de seu formato de hipermercado Extra em lojas do Assaí.

O grupo Carrefour Brasil reportou crescimento de 4,9% nas vendas do Atacadão, no critério mesmas lojas no segundo trimestre de 2017. No mesmo período, o crescimento do Assaí, do GPA, foi de 13,5%. Ambos os indicadores foram ajustados a efeitos de calendário.

O indicador, que mede o desempenho de pontos de venda abertos há mais de um ano, foi de 3,6% nas outras operações de varejo do grupo Carrefour. Os números estão ajustados a efeitos de calendário e excluem vendas de combustível.

No caso do Atacadão, o ritmo de crescimento das vendas foi inferior ao do mesmo período do ano passado, quando a bandeira registrou alta de 18,5% nas vendas mesmas lojas. Segundo o grupo varejista, a desaceleração é "efeito da acentuada tendência de baixa na inflação de alimentos, com redução ainda mais significativa no caso das commodities, que representam uma significativa parcela das vendas do Atacadão". Segundo a empresa, houve aumento nas vendas em quantidade de produtos no segundo trimestre.

Na operação de varejo, que inclui os hipermercados Carrefour, o ritmo de crescimento foi parecido com o do ano anterior, quando as mesmas lojas cresciam 3,2%. O indicador está ajustado para o efeito de calendário da Páscoa, que este ano contribuiu mais com as vendas do segundo trimestre, enquanto em 2016 a data favoreceu o comércio no primeiro trimestre.

"Vendas nos hipermercados foram positivas tanto no trimestre quanto no semestre, refletindo os efeitos positivos do plano de revitalização dos hipermercados, em andamento, e o fortalecimento da oferta de produtos não-alimentares, com evolução de dois dígitos em ambos os períodos, explicado pela forte demanda por produtos eletro eletrônicos", afirmou o Carrefour em sua divulgação de resultados.

Tanto o Atacadão como o varejo registraram ainda aumento na margem bruta no segundo trimestre. No Atacadão, ela chegou a 14,7% entre abril e junho, um crescimento de 0,8 ponto porcentual na comparação anual. Já no varejo, a margem bruta é de 26,9%, alta de 1 ponto porcentual na mesma comparação.

Segundo Desmartis, uma parte dessa alta da margem bruta do Atacadão é explicada pelo efeito da recente exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e Cofins no primeiro semestre de 2017. Além disso, ele afirmou que houve ganhos com melhores negociações com fornecedores e melhorias operacionais.
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