Por Matheus Piovesana
São Paulo, 29/04/2022 - A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) posicionou-se de forma contrária ao aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos, anunciada na noite de ontem pelo governo federal. Para a entidade, o aumento é ruim para os consumidores, e encarecerá o custo do crédito.
"A ABBC - Associação Brasileira de Bancos vê com preocupação os reflexos no mercado de crédito da Medida Provisória que elevou em um ponto porcentual a alíquota da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) para os bancos e demais instituições financeiras", afirma a nota da entidade.
Para bancar o Refis do Simples, o governo federal elevou de 20% para 21% a alíquota que incide sobre o lucro dos bancos, e de 15% para 16% a incidente sobre instituições financeiras não bancárias.
A presidente da ABBC, Sílvia Scorsato, disse que a medida tem impacto negativo sobre a economia brasileira. "O aumento da tributação dos bancos e instituições financeiras acabará sendo repassado para toda a sociedade, agravando os efeitos do aperto da política monetária na atividade", pontuou.
Sílvia afirmou ainda que a percepção de que o setor bancário pode arcar com os custos das dificuldades fiscais sem consequências para a sociedade é "equivocada". "A ABBC entende que esses problemas devem ser tratados por uma agenda de reformas estruturais, inclusive na redução das assimetrias tributárias entre os diversos setores da economia", disse ela.
A ABBC representa bancos e financeiras de diversos portes, e tem entre seus associados Daycoval, Fator, Banco do Nordeste, Inter e a Nu Pagamentos, parte do conglomerado do Nubank.
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