Por Talita Nascimento
São Paulo, 09/02/2021 - Neste início de ano, a economia parece caminhar de lado, sem grandes perdas ou ganhos, na visão do Itaú. Segundo o economista-chefe do banco, Mário Mesquita, os medidores da instituição apontam para esse “movimento lateral”, mas que deve se observar nos números nacionais uma queda de consumo no mês de dezembro.
O Itaú divulgou hoje sua primeira Análise de Comportamento de Consumo, com base nos dados de pagamentos como cartões e maquininhas da instituição. Dentre as tendências observadas em 2020 está a já esperada alta de participação das transações online em detrimento do varejo físico. Do valor transacionado no ano, 81,1% vieram das vendas do varejo físico e 19,9% do digital. Este último, porém, teve alta de 19,4% em relação ao registrado em 2019. Enquanto o varejo físico fechou em um volume parecido com o do ano passado.
A pesquisa traz dados interessantes sobre os hábitos de consumo do brasileiro. Houve queda de 38,6% nos gastos com transporte urbano, por exemplo. Por outro lado, alta de cerca de 39% para gastos com móveis de escritório. Na visão de Moisés Nascimento, responsável pelo levantamento, essa comparação mostra um efeito do home office no comportamento do consumidor. Em outro exemplo de efeito do isolamento social, enquanto os gastos com academias caiu 32,3% no ano passado, houve alta de 54,4% na compra de bicicletas.
No ano de 2020, caíram também os gastos com Lazer, baixa de 72% em relação a 2019; bares e baladas, queda de 33%; com restaurantes, 32,3% a menos. Em compensação, os serviços de streaming subiram 40% nos gastos dos consumidores.
No geral, as maiores altas no consumo de varejo físico foram registradas pelos atacadistas, com alta de 33,7%; materiais de construção, 27%; e mercados, 23,4%. No consumo online, os restaurantes tiveram alta de 115,1%; os atacadistas, 91% ; e os materiais de construção, 88,6%.
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