A venda da Alpargatas - dona de marcas como Havaianas e Osklen - ao fundo Cambuhy Investimentos (da família Moreira Salles) e à Itaúsa (holding de investimentos do Itaú) chegou a um impasse no último domingo, dia de intensas negociações.
Segundo apurou o Estado, os investidores e o empresário Joesley Batista não teriam chegado a um acordo sobre o valor do negócio, embora a proposta garantisse lucro à holding J&F em relação ao preço de R$ 2,7 bilhões que o grupo pagou pelo negócio em novembro de 2015.
A Alpargatas, que é considerada um negócio saudável e arrecada mais de 50% de sua receita no exterior, deve mudar de mãos novamente por causa de problemas de seu controlador.
Há pouco mais de um ano e meio, foi vendida à J&F pela Camargo Corrêa, que precisava arrecadar recursos para pagar os compromissos relacionados ao acordo de leniência dentro da Operação Lava Jato.
Agora, a dona da marca brasileira de maior presença no exterior foi posta à venda depois que o grupo J&F - dono da JBS - se viu no centro da crise política após Batista ter feito delação premiada e gravado conversas com o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves.
Embora o ativo tenha outros interessados, uma fonte afirmou que isso não quer dizer que o possível casamento com Cambuhy e Itaúsa esteja totalmente descartado. Segundo ela, o valor a ser pago pela Alpargatas vai superar R$ 3 bilhões, garantindo que o investimento na dona da Havaianas, que foi financiado pela Caixa, seja marginalmente lucrativo para a J&F.
Outro lado
A Itaúsa e a J&F informaram que não comentariam o assunto. O fundo Cambuhy não retornou pedido de entrevista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.