Economia & Mercados
16/05/2023 07:44

Banco do Brasil tem lucro de R$ 8,5 bilhões, alta de 28,9%


O Banco do Brasil encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido ajustado de R$ 8,550 bilhões, um aumento de 28,9% ante o mesmo período do ano passado. Em relação ao trimestre anterior, porém, houve baixa de 5,4%.

No primeiro resultado da gestão de Tarciana Medeiros, a primeira mulher a presidir o BB em 214 anos, o banco público afirma que, na comparação com o mesmo período de 2022, a evolução é explicada pelo crescimento na margem financeira bruta, na receita de prestação de serviços e no resultado de participações em controladas, coligadas e joint ventures. Por outro lado, houve impacto parcial do aumento na despesa de provisões.

No trimestre, o BB colheu R$ 21,161 bilhões em margem financeira, que mede o resultado com operações que rendem juros. É uma alta de 38,0% em um ano puxada pelos aumentos da Receita de Operações de Crédito (35,1%) e do Resultado de Tesouraria (72,1%), por sua vez impulsionados pelos crescimentos de volumes e taxas da carteira de crédito e de títulos e valores mobiliários, sendo parcialmente compensados pelo aumento de (52,2%) da Despesa de Captação Comercial.

A receita financeira com operações de crédito foi de R$ 32,304 bilhões, também 4,6% maior em três meses. O resultado da tesouraria, por sua vez, foi de R$ 10,086 bilhões, baixa de 7,8% em um trimestre. Diferentemente dos pares do setor privado, o BB tem carteira de aplicações majoritariamente pós-fixada, o que tem garantido ganhos expressivos na tesouraria. As despesas de captação comercial do banco público, por sua vez, somaram R$ 18,073 bilhões, alta de 3,1% em um trimestre.

Ao final do terceiro trimestre, o BB tinha R$ 2,114 trilhão em ativos, um aumento de 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado, e alta de 4,2% em três meses.

Dividendos

O Banco do Brasil aprovou o pagamento de R$ 351,037 milhões em forma de dividendos e R$ 1,867 bilhão em juros sobre capital próprio (JCP) complementar relativos ao primeiro trimestre de 2023, com valor correspondente a R$ 0,12300792399 e R$ 0,65441991829 por ação, respectivamente. A remuneração será paga no dia 12 de junho tendo como base a posição acionária do dia 1.º de junho.

O patrimônio líquido do banco ficou em R$ 169,533 bilhões, alta de 10,8% em um ano. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) ajustado, chamado pelo BB de RPSL, foi a 20,8%, alta de 2,9 ponto porcentual em base anual, e baixa de 1,8 ponto porcentual em três meses.

Provisões

As despesas do Banco do Brasil com as provisões para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) somaram R$ 5,855 bilhões no primeiro trimestre de 2023, avanço de 112,3% em base anual. Em relação ao último trimestre do ano passado, o banco reduziu a PCLD em 10,4%.

O BB afirma que, no comparativo anual, houve o impacto de uma mudança societária no controle acionário de um cliente empresarial de grande porte do setor agroindustrial, cujo nome não é revelado. Esse cliente teve processo de recuperação judicial homologado em 2019 e, segundo o banco, a mudança levou a uma alteração no perfil de dívida da companhia.

Com essa operação, houve um impacto tanto no chamado risco de crédito quanto na perda por imparidade. Houve a liquidação de operação de crédito bancário, em conjunto com uma emissão de debêntures com reconhecimento imediato de perda por imparidade de 100% do valor de face do título emitido. Ou seja: o efeito líquido na PCLD ampliada foi neutro.

Em relação ao quarto trimestre, a baixa veio da base alta de comparação. No balanço do quarto trimestre, o BB separou, através de um fato subsequente, provisões equivalentes a metade de sua exposição à Americanas, que entrou em recuperação judicial em janeiro deste ano.

No primeiro trimestre, a despesa bruta com risco de crédito somou R$ 4,148 bilhões, queda de 7,5% em um ano, enquanto a recuperação de créditos foi de R$ 1,889 bilhão, baixa de 10,5% no mesmo período. As perdas por imparidade somaram R$ 3,237 bilhões, ante R$ 123 milhões um ano antes. Com as despesas anotadas no trimestre e o índice de inadimplência de 2,62%, a cobertura do banco aos atrasos era de 202,7%, 94,3 pontos porcentuais mais baixa que no mesmo trimestre do ano passado. Em um trimestre, a variação foi negativa em 24,4 pontos.

A carteira de créditos renegociados pelo BB era de R$ 31,380 bilhões no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 6,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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