Economia & Mercados
04/06/2018 09:29

ABVCAP: investidor faz aplicação de curto prazo em Private Equity no Brasil, diz pesquisa


São Paulo, 04/06/2018 - A inconsistência do comportamento econômico do Brasil tem feito com que a opção de investir em fundos de private equity seja errática e, para muitos, de curto prazo, ainda que a indústria tenha entregado retornos dentro do padrão mundial. Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) apontou que o Brasil tem período de permanência do investimento nos fundos de private equity médio de 4,5 anos, inferior ao global, e um porcentual alto de saída de recursos dos fundos antes de três anos.

Em 2017, cerca de 35% das saídas ocorridas nos fundos foram de recursos investidos em tempo inferior a três anos, contra 20% nos fundos globais. Em 2016, os porcentuais foram de aproximadamente 28% e 15%, respectivamente. Uma percepção mais ampla, já que o estudo feito visualiza os acontecimentos dessa indústria a partir de 1994, identifica que, embora não haja um padrão, de ano a outro, esse é um comportamento de investimento relevante.

Os números sobre o período de permanência dos investimentos brasileiros, que de modo geral é inferior ao internacional, tem, entretanto, aumentado a partir de 2015. Na verdade, a partir daquele ano, se aproximou do global. O período de permanência nos fundos brasileiros de private equity atingiu 4,9 anos (de 3,6 anos em 2014), enquanto globalmente o período de permanência foi de 5,2 anos (6 anos em 2014). Em 2017, o período de permanência do brasileiro nos fundos foi de 4,7 anos (5 anos em 2016), contra 5 anos no exterior (5,2 anos em 2016). Esses números consideram amostra de negócios em private equity, excluindo venture capital e outras teses.

Interessante notar que no exterior o período de permanência nos fundos de private equity vem aumentando desde a crise financeira de 2008, dadas as políticas de incentivo ao crescimento econômico nos Estados Unidos e Europa, por meio do afrouxamento monetário, que levou as taxas de juro a próximo de zero.

Por outro lado, mesmo diante da recessão e da desvalorização cambial, os investimentos em private equity e venture capital apresentaram em dólares resultados consistentes com a indústria internacional. O estudo diz que 64% dos fundos apresentaram retorno positivo no período de abrangência do levantamento e 30% com retorno acima de 2,5 vezes. Em private equity, identifica o estudo, o retorno médio tem sido de 2,7 vezes, enquanto em venture capital, de 2,3 vezes. Dos fundos da amostra, 50% tiveram taxa interna de retorno (TIR) bruta em dólar superior a 20% ao ano.

O estudo da ABVCAP mapeou 865 fundos, sendo 413 (48%) deles com informação de safra, 401 levantados entre 1984 e 2018 e 224 com informações de capital comprometido. No todo, são 2.061 investimentos realizados no Brasil por fundos focados no País e na América Latina. (Cynthia Decloedt - Cynthia.decloedt@estadao.com)
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