Economia & Mercados
14/02/2022 09:06

App esportivo Strava cresce na pandemia e quer dobrar usuários no Brasil


Por Bruno Villas Bôas

Rio, 14/02/2022 - O aplicativo Strava, considerado a maior plataforma de monitoramento esportivo do mundo, com 96 milhões de usuários, quer dobrar o número de pessoas cadastradas e assinantes no Brasil nos próximos três anos, afirma o CEO e um de seus fundadores, Michael Horvath, em entrevista ao Broadcast. O País é hoje o segundo maior mercado da empresa no mundo, após ultrapassar o Reino Unido, em 2020, com 13 milhões de pessoas cadastradas, principalmente ciclistas e corredores.

Com academias fechadas por decretos municipais, a atividade física ao ar livre ou dentro de casa, conectada a novas tecnologias, cresceu rapidamente no Brasil e no mundo. O total de brasileiros cadastrados na plataforma saltou de 6 milhões, em 2019, para os 13 milhões atuais, atrás apenas dos Estados Unidos. Além do isolamento, o avanço ganhou fôlego no Brasil com a abertura de um escritório em São Paulo, em 2018, mesmo ano que recebeu entre seus sócios a Go4it Capital, empresa de gestão de ativos esportivos fundada por Marc Lemann, filho de Jorge Paulo Lemann.

Horvath acredita que o sucesso entre brasileiros tem relação com as características de rede social do Strava. Os usuários podem postar atividades rastreadas por GPS e incluir fotos. É possível formar grupos de corrida, criar desafios, comparar desempenho, consultar rankings. "O brasileiro é muito ativo em esportes e também em mídias sociais. E, por isso, ele abraçou o Strava na forma de comunidade", afirma Horvath, um ex-professor de economia da Universidade de Stanford.

Algumas das funcionalidades tornaram-se exclusivas para assinantes a partir de 2020, o que contribuiu para acelerar a receita da plataforma nos últimos dois anos. Naquele ano, o faturamento do Strava saltou para cerca de US$ 100 milhões, aumento de 71% frente ao ano anterior. Em 2021, cresceu mais 68%, o que sugere algo próximo de US$ 170 milhões. O desafio da empresa é seguir convertendo usuários em assinantes, especialmente em mercados de menor adesão, como o Brasil.

O executivo explica que o Strava tem buscado entender como o mercado de atividade física se organiza no Brasil. Segundo ele, as assessorias esportivas, como as existentes no Parque Ibirapuera, em São Paulo, seriam únicas no mundo. Mais do que um acompanhamento especializado, criam comunidades de corredores, ciclistas e triatletas. "O que estamos construindo para o Brasil precisa se adaptar à forma como o mercado quer usar o produto. Estamos muito focados", afirma.

Rosana Fortes, gerente geral do Strava no Brasil, afirma que este ano será muito importante para a operação local da plataforma. Apesar de algumas restrições ainda existentes por causa da pandemia, o Strava espera colocar "na rua" ações para engajar ao máximo a comunidade.

"Queremos estar presentes onde o atleta está, conectado com eventos, patrocínios de provas, como o L'Étape Brasil, assessorias esportivas e atletas profissionais. Estamos de olho em explorar outros lugares do País, fora do eixo Rio-São Paulo, e mostrar cada vez mais para a comunidade brasileira o quão relevante o Strava pode ser como ferramenta parceira para ele se manter ativo", afirma a executiva.

O potencial do app criado em 2009 em São Francisco, nos EUA, chamou a atenção da Go4it Capital, empresa de gestão de ativos esportivos fundada por Marc Lemann, filho do bilionário Jorge Paulo Lemann, que se tornou sócia do Strava em 2018 e voltou a investir na empresa na quinta rodada de financiamento, em 2020. Entre outros investidores do Strava está a Sequoia Capital, uma das maiores gestoras de venture capital do mundo.

Segundo Horvath, a empresa foi lucrativa em 2020 e 2021, mas ele prefere não abrir os números. A expectativa agora é que a empresa da Califórnia siga o exemplo de outras empresas de tecnologia e faça sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O executivo afirma, porém, que o IPO não deve acontecer em um futuro próximo. "Nosso fluxo de caixa está positivo e levantamos recursos. Nós nos sentimos muito bem capitalizados agora. E somos lucrativos", afirma o executivo.

Contato: bruno.villas@estadao.com
Por Bruno Villas Bôas

Rio, 11/02/2022 - O aplicativo Strava, considerado a maior plataforma de monitoramento esportivo do mundo, com 96 milhões de usuários, quer dobrar o número de pessoas cadastradas e assinantes no Brasil nos próximos três anos, afirma o CEO e um de seus fundadores, Michael Horvath, em entrevista ao Broadcast. O País é hoje o segundo maior mercado da empresa no mundo, após ultrapassar o Reino Unido, em 2020, com 13 milhões de pessoas cadastradas, principalmente ciclistas e corredores.

Com academias fechadas por decretos municipais, a atividade física ao ar livre ou dentro de casa, conectada a novas tecnologias, cresceu rapidamente no Brasil e no mundo. O total de brasileiros cadastrados na plataforma saltou de 6 milhões, em 2019, para os 13 milhões atuais, atrás apenas dos Estados Unidos. Além do isolamento, o avanço ganhou fôlego no Brasil com a abertura de um escritório em São Paulo, em 2018, mesmo ano que recebeu entre seus sócios a Go4it Capital, empresa de gestão de ativos esportivos fundada por Marc Lemann, filho de Jorge Paulo Lemann.

Horvath acredita que o sucesso entre brasileiros tem relação com as características de rede social do Strava. Os usuários podem postar atividades rastreadas por GPS e incluir fotos. É possível formar grupos de corrida, criar desafios, comparar desempenho, consultar rankings. "O brasileiro é muito ativo em esportes e também em mídias sociais. E, por isso, ele abraçou o Strava na forma de comunidade", afirma Horvath, um ex-professor de economia da Universidade de Stanford.

Algumas das funcionalidades tornaram-se exclusivas para assinantes a partir de 2020, o que contribuiu para acelerar a receita da plataforma nos últimos dois anos. Naquele ano, o faturamento do Strava saltou para cerca de US$ 100 milhões, aumento de 71% frente ao ano anterior. Em 2021, cresceu mais 68%, o que sugere algo próximo de US$ 170 milhões. O desafio da empresa é seguir convertendo usuários em assinantes, especialmente em mercados de menor adesão, como o Brasil.

O executivo explica que o Strava tem buscado entender como o mercado de atividade física se organiza no Brasil. Segundo ele, as assessorias esportivas, como as existentes no Parque Ibirapuera, em São Paulo, seriam únicas no mundo. Mais do que um acompanhamento especializado, criam comunidades de corredores, ciclistas e triatletas. "O que estamos construindo para o Brasil precisa se adaptar à forma como o mercado quer usar o produto. Estamos muito focados", afirma.

Rosana Fortes, gerente geral do Strava no Brasil, afirma que este ano será muito importante para a operação local da plataforma. Apesar de algumas restrições ainda existentes por causa da pandemia, o Strava espera colocar "na rua" ações para engajar ao máximo a comunidade.

"Queremos estar presentes onde o atleta está, conectado com eventos, patrocínios de provas, como o L'Étape Brasil, assessorias esportivas e atletas profissionais. Estamos de olho em explorar outros lugares do País, fora do eixo Rio-São Paulo, e mostrar cada vez mais para a comunidade brasileira o quão relevante o Strava pode ser como ferramenta parceira para ele se manter ativo", afirma a executiva.

O potencial do app criado em 2009 em São Francisco, nos EUA, chamou a atenção da Go4it Capital, empresa de gestão de ativos esportivos fundada por Marc Lemann, filho do bilionário Jorge Paulo Lemann, que se tornou sócia do Strava em 2018 e voltou a investir na empresa na quinta rodada de financiamento, em 2020. Entre outros investidores do Strava está a Sequoia Capital, uma das maiores gestoras de venture capital do mundo.

Segundo Horvath, a empresa foi lucrativa em 2020 e 2021, mas ele prefere não abrir os números. A expectativa agora é que a empresa da Califórnia siga o exemplo de outras empresas de tecnologia e faça sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O executivo afirma, porém, que o IPO não deve acontecer em um futuro próximo. "Nosso fluxo de caixa está positivo e levantamos recursos. Nós nos sentimos muito bem capitalizados agora. E somos lucrativos", afirma o executivo.

Contato: bruno.villas@estadao.com
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