Economia & Mercados
10/11/2023 13:15

Petrobras/Schlosser: consolidação do preço/gasolina em patamar estrutural pode levar a reajuste


Por Gabriel Vasconcelos e Denise Luna

Rio, 10/11/2023 - O diretor de Comercialização e Logística da Petrobras, Claudio Schlosser, indicou que, no curto prazo, a Petrobras projeta manutenção dos patamares de demanda por combustíveis, sobretudo diesel.

Schlosser disse que o fim do período de maior demanda global por gasolina rebaixou os preços internacionais da gasolina e permitiu à Petrobras reduzir seus preços de refinaria em outubro. Para frente, ele admitiu que a consolidação dos preços da gasolina em outro patamar, de forma estrutural, pode levar a novo reajuste, mas não antecipou medida de momento nesse sentido.

Segundo Schlosser, apesar do freio global na demanda da gasolina, o diesel ainda tem demanda pressionada no mundo, e deve manter patamar de preços elevados. É esse combustível, portanto, que tende a puxar a produção nas refinarias da companhia e exigir manutenção de alto fator de utilização (FUT), hoje em 96%, quase 10 pontos porcentuais acima dos patamares de 2022.

"Apesar da volatilidade do mercado internacional, nossa expectativa é que as margens do diesel devem se manter sustentadas nos próximos meses. Falo do diesel, porque responde por aproximadamente por 40% da produção de derivados", disse.

"No caso da gasolina, as margens internacionais têm um impacto (negativo) agora nos próximos meses, que se deve a fatores sazonais e, geralmente, ficam mais fracas com aproximação do inverno no hemisfério norte", continuou.

Ainda assim, disse o executivo, a "resultante de fatores" leva os modelos da Petrobras indicarem sim a manutenção de um FUT alto no refino.

Demanda

Sobre isso, o diretor de processos industriais e produtos da Petrobras, William França, disse que, apesar da sazonalidade, a previsão da companhia para o fim do quatro trimestre e início de 2024 é "manutenção ou até aumento" da demanda doméstica por combustíveis, sobretudo gasolina e diesel.

"Nos dois últimos, subimos nosso FUT (para 96%) e com um rendimento muito bom de diesel e QAV, que saltou de 65% para quase 70% na média. Estamos elevando FUT, mas também as cargas de processamento de petróleo e o rendimento geral. Não estamos derretendo valor para óleo combustível. Estamos produzindo mais diesel e QAV", disse sobre os dois produtos com elevado valor agregado no mix.

O diretor ainda acrescentou que a Petrobras trabalha para ter uma biorrefinaria "totalmente verde" até o fim de 2026, além da introdução de energia fotovoltaica nas unidades.

"Estamos estudando eficiência energética nas refinarias com solar. Na Regap (MG) avaliamos instalar 80MW para consumo de 60MW, vamos exportar energia", detalhou.

Volatilidade internacional

Segundo os executivos, o cenário global permanece incerto. "Estamos vivendo mais um momento de alta volatilidade devido à incertezas tanto do lado da oferta quanto da demanda por combustíveis. Temos dados sobre economia chinesa, que reforçam a preocupação com a economia global (baixa demanda). E temos conflitos geopolíticos em aberto, além dos cortes de produção da Opep, por Arábia Saudita e Rússia, o que acaba pressionando a oferta. É um cenário complexo", resumiu Schlosser.

Contatos: gabriel.vasconcelos@estadao.com e denise.luna@estadao.com
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast+ e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso